A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, apresentou nesta terça-feira um “novo acordo” para a separação britânica da União Europeia, oferecendo afagos para partidos de oposição em sua quarta tentativa de romper o impasse do Brexit no Parlamento.
Três anos depois de o Reino Unido votar pela ruptura com a UE e quase dois meses após a data de saída original, May prepara uma última ofensiva para obter o apoio do Parlamento profundamente dividido a um pacto de separação e deixar o cargo com algum tipo de legado.
As perspectivas não são boas. Apesar de oferecer o que descreveu como “novas mudanças significativas”, muitos parlamentares, endurecidos em suas posições, já decidiram não votar a favor do Projeto de Lei do Acordo de Retirada, a legislação que implanta os termos do rompimento britânico.
Falando na sede da PricewaterhouseCoopers, May apelou aos parlamentares para que apóiem seu acordo, acenando com a perspectiva de um possível segundo referendo sobre o acordo e arranjos comerciais mais estreitos com a UE como incentivos.
“Digo com convicção a cada parlamentar ou cada partido: eu fiz concessões, agora peço que vocês façam concessões”, afirmou.
“Recebemos uma instrução clara do povo que devemos representar, então me ajudem a encontrar uma maneira de honrar esta instrução, mobilizar nosso país e nossa política e construir o futuro melhor que todos nós queremos ver”.
Ao aventar a possibilidade de realizar uma segunda votação de seu pacto e ceder nos arranjos alfandegários, May espera conquistar parlamentares do Partido Trabalhista, de oposição, de cujos votos precisa para superar a resistência de seu próprio Partido Conservador.
Mas o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que sua sigla não pode votar a favor do Projeto de Lei de Retirada, descrevendo a nova proposta da premiê como “essencialmente a posição do governo requentada” em conversas com os governistas que fracassaram na semana passada.
“É um truque de uma primeira-ministra desesperada que ficou sem opções, recusa-se a ceder e deixou o Parlamento e o país de escanteio durante três anos”, disse a parlamentar trabalhista Seema Malhotra à Reuters.
Ela também enfureceu parlamentares pró-Brexit, que descreveram uma união alfandegária com a UE como um Brexit inexistente.
Vários conservadores eurocéticos de destaque, como o ex-ministro do Brexit David Davis e Jacob Rees-Mogg, disseram que não votarão a favor do projeto de lei no início de junho.
E o Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP), que sustenta o governo de May, disse que os “defeitos fatais” de seu acordo original permanecem — a legenda teme que o pacto force a Irlanda do Norte a se separar do resto do Reino Unido.
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