As ruas sem trânsito da cidade de Londres parecem destinadas a sobreviver à pandemia.
As regras introduzidas durante o verão para manter o distanciamento social no distrito financeiro levaram a calçadas mais largas para pedestres, faixas para carros estreitadas e, em alguns casos, fechamentos no trânsito cronometrados. Mas, à medida que as autoridades observam uma mudança duradoura no uso de veículos motorizados, muitas dessas mudanças podem permanecer, mesmo que a pandemia deixe de ser um problema importante em um futuro próximo.
“No momento, temos o luxo de poder usar a pandemia para experimentar”, disse Alastair Moss, presidente do Comitê de Planejamento e Transporte da City of London Corporation. “Muitas dessas vias estavam congestionadas, a qualidade do ar e a segurança eram problemas. Acreditamos que essas coisas precisam ser resolvidas, então eu prevejo que muitas de nossas medidas vão permanecer.”
As restrições focaram em vias com grande número de pessoas e calçadas estreitas para incentivar o retorno de trabalhadores e criar espaço extra para pedestres e ciclistas. Apesar das medidas para incentivar as pessoas a caminharem mais pelo local, o distrito continua muito mais quieto do que antes do lockdown imposto em março.
Moss disse que as restrições – que precisariam passar por procedimentos de consulta antes de se tornarem permanentes – aumentariam a competitividade da cidade a longo prazo. Em Canary Wharf, o centro financeiro rival a leste do distrito, já tinha muito menos vias com acesso de carros antes da chegada do vírus.
O setor financeiro e serviços relacionados representam cerca de 8% da economia do Reino Unido, de acordo com o grupo TheCityUK. A chamada Square Mile – endereço de muitas empresas financeiras, incluindo o Bank of America – é um distrito centenário cheio de ruas estreitas que tornam o distanciamento social de dois metros um desafio.