Língua portuguesa e comunicação empresarial III

Por Marleine Paula Marcondes e Ferreira de Toledo

Comunicação interna é a comunicação da empresa com o público interno, ou, mais exatamente, com os públicos internos: dentro de uma organização há o dono, o presidente, os diretores, os gerentes, os responsáveis pelos diversos departamentos, os executivos, os operadores de máquinas, os responsáveis pela cozinha e limpeza, entre outros. Nos atos comunicacionais internos, é preciso, pois, levar em conta os diferentes perfis dos públicos envolvidos e diversificar os canais de comunicação de acordo com as características detectadas. Poderão, assim, ser usados, por exemplo, conforme a conveniência: publicações internas (house-organs: boletins, jornais e revistas), memorandos, circulares, relatórios, circuito de televisão, rádio interno, murais, telefonia interna, intranet, entrevistas, reuniões e eventos.
Vamos deter-nos hoje nesses dois últimos canais: reuniões e eventos.
Ambos têm a possibilidade de agregar e promover relacionamentos entre a totalidade dos públicos internos. São muito oportunos para estabelecer a comunhão entre todos os públicos e “valorizam” os funcionários, o que é vital para o bom desempenho da empresa.
Minha atividade profissional leva-me a ter notícia, com relativa frequência, de reuniões e eventos de vários níveis e naturezas. Assim, em minhas andanças pelo interior afora, testemunhei o seguinte: M. F. S. integra o quadro de funcionários da limpeza de uma EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental). Recentemente participou, em igualdade de condições, de uma reunião com o Prefeito sobre as metas e inovações a serem implantadas naquela empresa. Sentiu-se valorizado por ser informado e consultado a respeito de decisões relevantes; consequentemente, cresceram seu interesse e desempenho.
A mesma EMEF, onde M.F.S. presta serviços, participou de uma festa junina que reuniu todas as EMEFs da cidade na praça central. Houve entrosamento e cooperação de professores, funcionários, alunos, pais, com um saldo altamente positivo para todas as escolas. Ainda que na simplicidade, foi um exemplo significativo, demonstrando que os eventos (culturais, esportivos, sociais, de vendas, palestras, workshops, congressos) têm o diferencial de ampliar a esfera dos relacionamentos e quebrar a rotina dos afazeres diuturnos, além de propiciar uma rara oportunidade de encontro e fortalecer a comunhão entre as pessoas envolvidas.
O que foi dito para uma escola municipal pode aplicar-se a outras instituições maiores ou de funcionamento mais complexo.
A língua viva desempenha papel fundamental nessas atividades, tanto reuniões quanto eventos. Que cuidados linguísticos se devem, então, tomar? É o que veremos na próxima matéria.

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