Holanda deve controlar venda de chips à China

A Holanda planeja impor novos controles sobre as exportações de equipamentos para a fabricação de chips para a China, o que poderá alinhar suas regras comerciais com os esforços dos EUA para restringir o acesso de Pequim a tecnologias de ponta, segundo fontes a par do assunto.

Um acordo sobre as restrições holandesas poderá ser alcançado já no próximo mês, segundo essas fontes, acrescentando que essas negociações estão em curso e nenhuma decisão final foi tomada.

O Ministério do Exterior da Holanda e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca não quiseram comentar.

A restrição da Holanda, que essencialmente codificaria e potencialmente expandiria sua proibição não oficial de algumas vendas de tecnologia para a China, é um passo para ampliar os esforços dos EUA para limitar as ambições da China  nos campos militar e de fabricação de chips.

A Holanda e o Japão são os principais fornecedores mundiais, fora os EUA, de máquinas e know-how necessários para a produção de semicondutores avançados, mas Washington ainda não conseguiu a adesão total desses aliados.

Os novos limites à exportação em estudo pela Holanda poderão impedir a venda de equipamentos capazes de fabricar os chips designados como de 14 nanômetros, ou mais avançados, segundo disseram as fontes em uma referência ao padrão do setor para medir a tecnologia dos semicondutores. Essa medida poderá alinhar, pelo menos em parte, as regras da Holanda.

As restrições poderão atingir a companhia holandesa ASML Holding, que é um dos mais importantes fabricantes mundiais de máquinas para a produção de semicondutores avançados e se vê no meio do fogo cruzado de Washington para limitar a capacidade de Pequim de produzir seus próprios chips de ponta. A China respondeu por 15% da receita da companhia em 2021.

Ainda não está claro que as novas restrições significam para as vendas da ASML para a China. Autoridades ainda estão discutindo os detalhes, mas a medida poderá efetivamente parar as exportações das máquinas de litografia por imersão da companhia, seu segundo equipamento mais avançado, para os clientes chineses que as usam em combinação com ferramentas de outros fornecedores para fabricar chips de 14 nanômetros e outros mais avançados.

Washington tem alguma influência sobre a Holanda, uma vez que a ASML usa componentes fabricados nos EUA. Desde o começo de outubro, autoridades americanas alertam que se os aliados não se sujeitarem às novas medidas de controle de exportações, poderão proibir a venda para a China de equipamentos que contenham até mesmo a menor quantidade de tecnologias americanas.

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/12/08/holanda-deve-controlar-venda-de-chips-a-china.ghtml

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