Proteger o aço americano é uma questão de segurança nacional, afirmou ontem a secretário de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, em entrevista ao “Financial Times”, tornando claro que o governo Biden adotou a posição do governo Trump em relação as sobretaxas à importação de aço e alumínio.
A declaração de Raimondo ocorre num momento que autoridades americanas e europeias negociam um acordo para evitar um aumento nas tarifas ainda neste ano. Trump impôs sobretaxas ao aço e alumínio da Europa e de outros países em 2018, usando o argumento de segurança nacional.
A União Europeia (UE) retaliou os EUA com suas próprias tarifas sobre uma série de produtos dos EUA, mas congelou os planos de elevar essas tarifas em maio, em um gesto de boa vontade para resolver a disputa. As tarifas estão previstas para entrarem em vigor no início de dezembro.
“Gostaríamos de chegar a uma solução”, disse Raimondo ao “FT”. “Dito isso, precisamos proteger a indústria siderúrgica dos EUA. Para cada ano nos 10 anos anteriores à imposição das tarifas, nunca passamos de 80% da capacidade. Isso é um risco para a segurança nacional, é um risco econômico. ”
Na semana passada, Valdis Dombrovskis, comissário de comércio da UE, se reuniu com Raimondo e a representante comercial dos EUA (USTR), Katherine Tai, em mais uma rodada de negociação. Tai disse que os países estão conversando “intensamente” para chegar a um acordo.
Autoridades europeias insistem que o bloco não representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA, embora reconheçam que o excesso de capacidade global ameaça tanto a indústria siderúrgica europeia quanto a americana.