Google decide desativar sua rede social

O Google expôs os dados privados de cerca de 500 mil usuários da rede social Google+ e depois optou por não divulgar essa descoberta em março deste ano, em parte porque receava que isso levaria ao escrutínio por parte dos reguladores e causaria prejuízos de reputação, de acordo com pessoas questionadas sobre o incidente e documentos consultados pelo “The Wall Street Journal”, que publicou ontem reportagem sobre o assunto.
As ações da Alphabet, controladora do Google, chegaram a cair 2,3% ontem em Nova York. No fim do pregão, recuperaram parte das perdas e fecharam o dia com recuo de 0,72%, cotadas em US$ 1.148,97.
Em resposta ao incidente, a unidade da Alphabet planeja anunciar uma série de medidas de privacidade de dados que incluem a desativação da versão para o consumidor do Google+. A decisão é o capítulo final para um produto lançado em 2011 para desafiar o Facebook e que é visto como o maior fracasso do Google.
Uma falha de software no site fez com que programadores externos tivessem acesso a perfis privados do Google+ criados entre 2015 e março de 2018, quando os investigadores internos descobriram e resolveram o problema. Um memorando consultado pelo “The Wall Street Journal” preparava a equipe jurídica do Google e avisou executivos seniores de que a divulgação do caso poderia levar “a um interesse imediato do regulador” e originar comparações com o vazamento de dados de usuários do Facebook para a empresa de pesquisas Cambridge Analytica.
Segundo a reportagem, o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, foi informado sobre o plano de não informar os usuários depois de um conselho interno chegar a essa decisão. O memorando interno da equipe afirma que a empresa não tem provas de que os programadores externos tenham usado os dados, mas reconhece que não tem como comprovar se isso ocorreu.
O Google informou ontem que, ao investigar o assunto, a empresa avaliou se poderia identificar especificamente os usuários que tiveram os dados vazados para os informar, se existiam provas de uso indevida ou se havia alguma atitude que um usuário ou programador tomar a respeito. “Nenhuma dessas condições estava presente”, afirmou a companhia.
Apesar da desativação do Google+ em sua versão gratuita, oferecida a usuários finais, o serviço continuará sendo uma alternativa de rede interna para empresas que compram o G Suite, um pacote de aplicativos que permite criar documentos, planilhas e apresentações.

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