Apesar das restrições à mobilidade impostas pelos países para conter a pandemia, as emissões de gases de efeito estufa continuaram em alta, refletindo o aumento dos últimos 15 anos.
Após um declínio temporário por causa do confinamento e desaceleração da atividade econômica, as emissões de gases de efeito-estufa voltaram a seu nível de antes da pandemia de covid-19, aponta o relatório “United in Science 2020”, uma parceria da ONU com várias organizações científicas.
Conforme o relatório, estima-se uma redução das emissões de CO2 em 2020 de 4% a 7% graças às políticas de combate à covid-19. No auge dos confinamentos em abril houve uma queda de 17% nas emissões ante 2019, algo sem precedentes. Apesar disso, as emissões continuaram elevadas, refletindo o aumento dos últimos 15 anos.
“É um ano sem precedentes para o homem, assim como ao planeta”, diz o secretário-geral da ONU, António Guterres. “A pandemia alterou as vidas no mundo inteiro. Nesse período, o aquecimento de nosso planeta continuou.”
O relatório destaca também como as calotas de geleiras diminuíram no mundo inteiro. Os oceanos não cessaram de esquentar desde 1970 e absorveram mais de 90% do calor acumulado no sistema climático. Também as emissões mundiais de metano provenientes de atividades humanas continuaram a aumentar nas últimas décadas.
Os últimos cinco anos têm sido os mais quentes já registrados no mundo, uma tendência que deverá continuar no período 2020-24, com a possibilidade de a temperatura média ser superior em 1,5oC aos níveis pré-industriais em alguns meses nesse período.
