As vítimas da violenta virada “cultural” (com aspas mesmo!)

Por Mario Rene
As manchetes dos principais jornais de São Paulo, nesta segunda-feira, 20 de Maio:
Folha de S. Paulo: “Virada Cultural tem arrastões, nove feridos e um morto”.
O Estado de São Paulo: “Virada Cultural mais violenta tem arrastão e duas mortes”
Bem… finalmente, um evento que costuma atrair milhões de pessoas – isto mesmo, milhões – (de 3 a 4, em 2012, e aproximadamente 4, agora!) foi ‘contaminado’ pela violência epidêmica de São Paulo (e Rio, e…)
Uma das manchetes secundárias apontava que desta feita os ladrões/bandidos ‘resolveram’ também participar deste, até então, pacífico evento.
O que será que isto significa?
Penso que retrata um quadro que pode ser bem mais indicativo do mal do que a grande maioria de nós está a perceber…
Convido-os a acompanhar-me em uma viagem no tempo, ao passado
Precisamente à Alemanha nazista de 1935.
As leis raciais de Nuremberg estão em vigor.
Os judeus são perseguidos.
E os judeus se dividem claramente em três grupos (o que foi muito bem descrito por Francisco Daudt, Folha de S. Paulo, 5/2/2013, no artigo “Negação e Racionalização”):
a) Os judeus que conseguiram antever a hecatombe que o céu cinzento prenunciava;
b) O grupo de judeus que combinava racionalização e negação (“Hitler só discursa contra nós da boca para fora”, “Ele vai precisar de nós para o esforço de guerra”, “Ouvi falar que Göering tem amigos judeus” (Göering, Marechal do Ar, era o comandante da Luftwaffe, a Força aérea alemã). Este segundo grupo de judeus escapou por um triz;
c) O grupo de judeus que negou até o fim: fim em Aushwitz…
Por aqui, um “de menor” assassina um jovem que – pasmem – houvera lhe entregue o celular. Recebeu-o e Pum!
Outro “de menor” carboniza uma dentista que só possuía 30 dinheiros;
Estupros no Rio de Janeiro.
Crimes que não são cometidos como autodefesa do facínora, mas por pura maldade.
E aí? Quem de nós está imune a isso?
Você?
Certamente não.
Eu.
Tampouco.
Então, qualquer um de nós corre o risco de simplesmente ser friamente assassinado.
E pronto.
O que você escolhe?
A racionalização?
A negação? (Que eu mesmo, há tempos atrás, batizei de INAC: “Isto Não Acontece Comigo”).
Ao contrário do regime ditatorial antissemita da Alemanha nazista, ainda vicejamos sob uma democracia.
Que pode tomar providências concretas para diminuir, ou acabar, com este cenário insano.
Mas, é pena… pois são bons de bico, ficam no discurso: “vejam bem”… “faremos…”, “providenciaremos…”, “estamos planejando…”.
E aí me relembro daqueles três grupos de judeus na Alemanha nazista:
O que VOCÊ teria feito?
E agora, o que pretendes fazer???

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