A primeira-ministra britânica, Theresa May, encontrou-se, ontem à tarde, com deputados que apoiam o Brexit. Sob pressão, May procura discutir estratégias e avaliar se há apoio suficiente para tentar nova votação, esta semana, do seu acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia.
Esta será uma semana crucial para a definição do destino do Brexit e May continuará sob séria ameaça de ter de deixar o cargo. A primeira-ministra organizou a reunião de ontem, na residência rural de Checkers, com vários deputados conservadores, entre os quais alguns eurocéticos como o influente Jacob Rees-Mogg, além do ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson, que muitos acreditam que aspiram substituí-la na chefia de Governo.
No encontro foi discutida uma ampla lista de temas, incluindo se há apoio suficiente para voltar a votar o acordo do divórcio acertado entre a União Europeia e May, segundo explicou um porta-voz às agências de notícias. May teria sugerido, durante o encontro, que não encaminhará seu acordo a uma terceira votação no parlamento a menos que tenha “apoio suficiente”.
No sábado, milhares de manifestantes lotaram o centro de Londres neste sábado. O enorme protesto ocorreu dois dias depois da decisão de adiamento do Brexit. Os manifestantes clamaram por uma decisão final sobre o assunto, com novo referendo. Quase três anos após o referendo de 2016, ainda não está claro como, quando ou se o Brexit acontecerá.
O chanceler Philip Hammond, e outros membros do gabinete apoiaram publicamente a primeira-ministra ontem. Numa entrevista à emissora de televisão “Sky News”, Hammond disse que remover o primeiro-ministro não ajudará o Reino Unido, e falar de um novo líder é “indulgente”. Ainda assim, em comentários que poderiam endurecer as divisões no gabinete, o chanceler recusou-se a descartar a realização de um segundo referendo para ajudar a resolver o impasse em torno da questão. Para ele, essa é uma “proposta perfeitamente coerente”.