Por Mario Rene
“Um menino de 5 anos disparou o fuzil calibre 22 que ganhou de presente de aniversário e matou a irmã mais nova, de 2 anos… O incidente aconteceu na cidade de Burkesville, quando o garoto estava brincando com sua arma e, acidentalmente, atirou no peito da irmã…” (O Estado de São Paulo, 2 de Maio, pag. A10).
Ressalto alguns termos que podem ter passado meio que despercebidos.
Senão, vejamos: o autor do disparo tem 5 anos de idade. Cinco, não dez, doze, quinze ou…
A vítima: dois anos.
E a arma não foi, digamos assim, surrupiada dos pais: o menino a ganhara de presente de aniversário, vejam só. Que presentinho mais adequado a uma criancinha, não acham?
E a notícia do jornal prossegue: “A arma…, desenhada especialmente para crianças e jovens, é vendida no site da empresa com a frase ”Meu primeiro fuzil”.
Inclusive (e isso soubemos pela TV aqui no Brasil), há armas desenhadas especialmente para meninas, na cor… rosa.
Isso tudo se passa nos EUA, um dos países mais evoluídos do planeta, e mais liberais também.
E onde o controle de armas é extremamente leve, o que produz um agudo contraponto: liberdades individuais preservadas vs. o risco de assassinatos e tiroteios mais frequentes do que se almeja.
Mas o mínimo que posso fazer é me perguntar: poderia (ou deveria) haver produtos cuja fabricação (não me refiro só à venda) deveriam ser proibidos?
Por exemplo, plantações de maconha são… proibidas.
Produção e refino de coca, idem.
Ambos fazem mal, viciam, geram tráfico, violência, bandidagem…
Mas… fabricar armas que matam (penso ser um pouco mais sério do que viciar…) é liberado, pode ser anunciado, e dado de presente.
Sob que guarda-chuva de argumentos racionais de produção, comércio, comunicação, educação e preservação das tais liberdades individuais se esconde tal conduta?
Não é simplesmente… insano???