Não é nada escondido. O site de vídeos, propriedade do Google, busca parcerias com veículos de mídia para reforçar seu papel como alternativa à TV tradicional, em especial para plataformas móveis, como smartphones e tablets.
Apesar de não ter números específicos, o instituto de pesquisa Pew mostrou que um terço das buscas no YouTube são por conteúdo noticioso. Executivos da empresa asseguram também que 20% das procuras no Google são por “coisas que estão acontecendo agora”, como mostrou matéria do estadão de 29/07, pg B12.
O conceito do que é notícia no YouTube é amplo. Vai desde vídeos disponíveis no canal oficial de veículos como CNN ou BBC até “um criador independente falando de notícias em seu quarto para uma audiência jovem”. Além disso, o site é um vasto receptor de vídeos que depois podem virar notícias, como no caso de imagens amadoras, muitas vezes captadas no celular, por pessoas que, por acaso, estão no local de um acontecimento.
“Este seria o nosso ‘breaking news’, a parte em que contamos histórias inéditas”, diz Amy Irving, diretora de notícias do YouTube. Segundo ela, o canal possui ainda parceiros que ajudam a preparar esse tipo de vídeo para emissoras tradicionais. Como exemplo ela cita a Storyful, empresa de Dublin com centenas de funcionários que varre o YouTube em busca de vídeos criados por usuários que podem servir à notícia. “Eles verificam a autenticidade, descobrem a fonte e o ajeitam para ser usado por emissoras”, explica.
Sobre criadores de conteúdo noticioso independentes, o YouTube virou não só o endereço obrigatório, como uma vitrine global. A executiva cita o caso do canal ucraniano Hromadske, que transmite ao vivo 24 horas por dia. Ele foi criado por 15 jornalistas do país que deixaram a emissora de TV em que trabalhavam por acreditar que não tinham condições de fazer jornalismo independente e imparcial. De acordo com Amy, o Hromadske se tornou o canal ao vivo recorde de audiência da história do YouTube.
Para Amy, o uso do YouTube por veículos brasileiros ainda é tímido. Sobre a preocupação de muitos veículos de perder audiência ao colocar seu conteúdo no YouTube, Irving diz que não vê assim: “O YouTube é uma grande maneira de trazer público para os sites originais”.