Música de graça? Até o YouTube está repensando a oferta. Depois de meses de boatos, o YouTube, do Google, anunciou que oferecerá um serviço de música por assinatura, o YouTube Music Key.
Disponível inicialmente nos EUA e Europa, tem preço promocional de US$ 7,99 por mês; o normal é US$ 9,99. Neste momento, o serviço se encontra na versão beta, somente para convidados. Mesmo assim indica o início do que parece ser a primeira investida séria do Google para se firmar no centro da indústria da música.
A esta altura, é preciso esclarecer duas coisas: em primeiro lugar, parece um bom negócio, e o Spotify deveria se preocupar. O YouTube já é o maior site de streaming do mundo. Mas nunca foi particularmente útil para buscar álbuns inteiros ou para ouvir em movimento. A companhia quer mudar isto. Dentro em breve, os visitantes poderão acessar facilmente discografias inteiras dos artistas e navegar pelas playlists, como mostrou matéria do Estadão de 15/11, pg B21.
Quem fizer a assinatura para a versão paga do aplicativo receberá sua música sem anúncios e poderá tocá-la como música de fundo enquanto usa outros aplicativos no seu celular. Mas há outro aspecto que deveria assustar os serviços de streaming mais famosos: os assinantes do novo serviço do YouTube receberão também uma assinatura suplementar ao Google Play Music, o análogo do Spotify da companhia, que antes chamava Google Music Play All Access.
Até hoje, o serviço de streaming do Google não conseguiu impressionar muito, assim como seu equivalente da iTunes Store, o Google Play. Mas com o lançamento pelo YouTube do serviço que basicamente representa um Spotify com recursos extras por US$ 2 a menos por mês, inicialmente, é possível imaginar a companhia finalmente cooptando fãs de música de sua rede de serviços.
Em segundo lugar, apesar de muita gente dizer que a experiência do streaming não é correta com os artistas, as grandes gravadoras não se importam. Sony, Warner e Universal controlam cerca de 90% das vendas da indústria. Se alguma destas companhias decidir não assinar cedendo os direitos pelo seu catálogo, nenhum serviço sobreviverá. Mas as três grandes fizeram seus cálculos e concluíram que lucrarão mais com o mercado de streaming.