Como coisas que não existem  –  Painel ESPM/Bienal de Artes de São Paulo

Pedro de Santi

Como coisas que não existem, há potencial de existir, é possível vir a ser.

“Como….coisas que não existem” é o tema da 31a Bienal de Artes de São Paulo. Ele tem um formato provocativo, convocando o leitor e o visitante a preencher as reticências com uma narrativa própria. Atendemos a este chamado por participação na exposição com nosso segundo Painel ESPM. O primeiro se dedicou à FLIP.

Convidamos alunos de todos os cursos para pesquisar, analisar e criar, desde a perspectiva de seus cursos o que quer lhes fosse instigado pela Bienal. Fizemos visitas em conjunto e em separado. Não temos nenhuma intenção totalizante, mas a de proporcionar um painel amplo e multi-cursos no qual os alunos possam aprender exercitando aquilo que vêm aprendendo em seus cursos com muita liberdade exploratória. Da mesma forma, cada aluno percebe a interface e diferença entre os diversos cursos.

Os resultados foram variados em abordagem e expressão: houve uma análise comparativa entre as bienais de São Paulo, Veneza e Kaessel, da perspectiva do mercado da arte; a produção de fotos e cartazes da Bienal e a partir da dela; reportagens e entrevistas; uma intervenção na quadra, em torno de uma porta e o tema da opressão; a escrita de contos; produção de vídeos; produção de catálogos da Exposição.

E descobrimos também um aluno que trabalha no Espaço Humus, parceiro da Bienal na produção de catálogos. Assim como aconteceu na FLIP, percebemos que a ESPM já habita estes espaços de cultura. E tudo leva a crer que a cada vez participará mais e do lado de dentro.

Na próxima terça, dia 18/11, haverá o evento de fechamento desde Painel. Às 13:00 hs, no Auditório Victor Civita, exporemos os principais resultados de nosso trabalho, com a presença de pessoas que integram a gestão do projeto pedagógico da Bienal. Pela manhã, na hora do intervalo, um teaser será passado na tela da quadra. Nos dias 17 e 18, no jardim do subsolo da Biblioteca, estarão expostos os catálogos da Bienal produzidos por nossos alunos e, por toda a semana, no saguão da Biblioteca estarão expostos textos cartazes e fotos.

Como coordenador geral do Painel ESPM, agradeço muito à dedicação, conhecimento e disponibilidade das professoras Silvana Novaes e Regina Ferreira da Silva; elas acompanharam e supervisionaram as produções dos alunos (mais de 20 envolvidos diretamente). E agradeço ao professor João Carlos Gonçalves pela concessão para usar os vídeos produzidos por seus alunos sobre a Bienal em nosso evento de finalização. Agradeço ainda à Débora Aquarone, que tem revitalizado a nossa Biblioteca e a disponibilizou para ser habitada como espaço de exposição.

Há quem pense que nossos alunos- e mesmo os professores- sejam passivos e desinteressados, não produzam nada é só cumpram o mínimo regulamentar.  Há também quem deduza deste primeiro pressuposto que seja necessário tratar a todos com mais controle e exigência escolar verticalizada. Discordo das duas coisas. Um ambiente enrijecido, de vigilância e desconfiança não é propício para a aprendizagem.

Como negar coisas que não existem? Penso que é melhor apostar na criação de um espaço potencial para que elas venham a existir.  Aí a gente vê se algo acontece. Neste caso, aconteceu.

Como fizemos com o Painel sobre a FLIP, reuniremos o que foi produzido num link no Blackboard para o trabalho de consulta e memória.

Como coisas que não existem- reticências por exemplo- e mesmo assim engordo e aprendo.

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