A data de 9 de setembro virou um limite. Nesse dia, os congressistas norte-americanos voltam do recesso de verão e devem decidir se apóiam , ou não, a decisão do presidente Obama de atacar a Síria. Nada será instantâneo, porque o regimento, tanto da Câmara dos Representantes, como do Senado, exige período de debates. Se vale algum precedente, o Parlamento inglês, tradicional aliado dos EUA em situações de guerra, já disse não para a proposta do primeiro-ministro David Cameron, do Partido Conservador, de castigar o governo Assad pelo uso de armas químicas.
No sábado, o presidente Obama afirmou, em pronunciamento nos jardins da Casa Branca, que está pronto para iniciar a ação militar e ter poder suficiente para ordenar um ataque – o que é rigorosamente constitucional nos EUA – mas prefere ter o sinal verde dos parlamentares.. A decisão foi reviravolta surpreendente. Até sexta-feira o governo não falava em consultar o Congresso para lançar o ataque, essa decisão atende a pressões da opinião pública americana que não o país envolvido em outra guerra, depois do Iraque e Afeganistão.
O anúncio de consulta aos deputados e senadores levanta dúvidas sobre quando, e se, a ofensiva militar efetivamente acontecerá, porque não há garantias de que a os congressistas aprovarão a operação. Ontem o secretário de Estado, John Kerry, como publicou hoje o Estadão, pg A8, disse que o governo americano tem evidências de que o gás sarin – proibido pela Convenção de Genebra sobre armas químicas – foi usado no ataque do dia 21 de agosto que matou 1429 pessoas, na periferia de Damasco. O secretário Kerry foi a programas de cinco redes de TV americanas no domingo para buscar apoio da sociedade para decisão da casa Branca de atacar a Síria.
Na Inglaterra, as pesquisas mostraram que 63% dos britânicos não aceitavam o envolvimento de suas tropas em outro conflito. O presidente François Hollande, refreou seus ímpetos de ataque á Síria porque a porcentagem de franceses contra guerra na Síria não era muito diferente. Na sexta-feira, as redes de TV americanas repetiam que 55% dos americanos não eram favoráveis ao início de bombardeios para punir o governo sírio.