Surpresa: agora é o Irã que convida os EUA para inspecionar seus reatores nucleares

Esta mudança ninguém esperava: ontem o Irã convidou, de repente, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da ONU, para visitar um dos seus centros mais controvertidos dos eu programa nucelar, o reator de plutônio de Arak. A inspeção já tem até data marcada: 8 de dezembro, e se transformou no primeiro passo para confirmar a maior transparência da questão nuclear no país dos aiatolás.

O clima entre o Irã e os países ocidentais, Estados Unidos a frente, mudou completamente. Esse convite foi feito quatro dias depois do acordo assinado em Genebra, na Suíça, entre Teerã e as cinco maiores potenciais ocidentais, incluindo a Rússia, mais os EUA. Antes do acordo, o governo iraniano já indicara que aceitaria ampliar o acesso de inspetores às suas bases, embora alguns locais continuem inacessíveis, por enquanto, como a base militar Parchin.

Porém o convite iraniano surpreendeu. Como mostrou matéria do Estado de 29/11, pg A15, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica, o cientista japonês, Yukiya Amano, anunciou que aceitava imediatamente o convite para inspecionar a central de Arak. Este reator está em construção e quando for concluído poderá produzir anualmente quantidade de plutônio capaz de abastecer ao menos um artefato nuclear.

Essa central nuclear, a de Arak, era muito contestada por países que desconfiavam do acordo com Irã, porque ela poderia ser uma caminho alternativo na direção a bomba usando não urânio, mas plutônio.  A maior preocupação é que um possível bombardeio desse reator poderia provocar um acidente nuclear das proporções do que ocorreu em Chernobil, na Rússia. Teerã insiste que o combustível produzido neste reator será usado para pesquisas médicas.

A agência internacional estuda como colocará em prática os acordos assinados entre o Irã e as potências do grupo 5+1, grupo formado por Inglaterra, França, China Rússia, Alemanha, mais os EUA.

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