Suíça impõe cotas para imigrantes europeus

Os suíços aprovaram no domingo, em referendo popular, proposta para estabelecer cotas para entrada de imigrantes no país. A regra vale até para os vizinhos europeus. A decisão pode abrir o caminho para mais medidas restritivas a estrangeiro no continente.

A União Europeia respondeu de imediato: caso o governo suíço estabeleça as cotas eles perderão o acesso ao mercado europeu. Para o bloco, essa decisão viola os acordos assinados com a Europa, seu maior parceiro comercial.

A proposta venceu por margem mínima, 50,3% dos votos. Com a medida, como mostrou artigo de Jamil Chade, no Estadão de 10/02, pg A9, a Suíça transformou-se no primeiro país europeu a colocar barreiras para imigrantes no bloco.

Oficialmente a Suíça não faz parte da União Europeia, mas desde 2009 aderiu aos tratados de livre circulação de pessoas sob a condição de que comércio também fosse livre para os produtos suíços. Pelo projeto aprovado, empresas suíças terão de privilegiar empregados nacionais, o que estava abolido desde 2002, quando todos os europeus passaram a ter direitos trabalhistas iguais.

A Suíça, pelo referendo, estabelecerá um sistema de cotas que limitará o número de familiares que poderão viver com um estrangeiro que trabalhe na Suíça. Grupos de empresários contrários à essa decisão apresentaram pesquisas mostrando que a livre circulação de pessoas não afetou a taxa de desemprego no país, estável em 3% desde 2002, ano em que as barreiras à imigração acabaram.

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