Iniciar um negócio do zero é um desafio. Uma pesquisa internacional, a “Startup Ecosystem Report 2012” procurou medir o contexto, mais ou menos favorável, para novos empreendimentos. Aí veio a surpresa: São Paulo é a 13ª melhor cidade do mundo para se abrir uma empresa do zero, as chamadas “startups”.
O ranking da pesquisa é liderado pelo Vale do Silício, na Califórnia, seguido por Tel-Aviv, em Israel e por Los Angeles, também nos Estados Unidos. É curioso, mas São Paulo ficou à frente de grandes capitais, sempre apresentadas como mais “amigáveis” para atitudes empreendedoras, como Berlim, Cingapura ou até Moscou. A pesquisa, como mostrou a matéria do Estadão de hoje, página B28, avaliou oito aspectos para nascimento, desenvolvimento e sucesso de startup.
É importante observar que São Paulo ficou bem classificado no chamado “índice de mentalidade”; é este indicador que mede quanto os iniciadores das empresas são visionários, resistentes, têm apetite ao risco, princípios éticos e capacidade de superar desafios. Nesse quesito São Paulo ficou em 5º lugar. Outra avaliação que chamou atenção foi o item “índice de início”, que mede quanto, de fato, os empreendedores daquela cidade conseguem de verdade iniciar um negócio. São Paulo ficou na 10ª posição neste aspecto.
Já no quesito “talento”, os empreendedores paulistanos ficaram em situação menos confortável: 19º lugar. É possível que este dado tenha correlação com o formato da educação, não necessariamente favorável às atitudes empreendedoras. Por outro lado, a cidade ficou em 16º lugar na capacidade de influenciar e de estar próxima às novas tendências mundiais. Este aspecto da pesquisa, chamado de “trendsetter índex” talvez seja um dos mais relevantes indicadores do estudo.
Os responsáveis pela pesquisa fazem algumas sugestões sobre o que é preciso fazer para avançar nesse ranking. A proposta de um fundo de investimento concentrado em companhias em estágio avançado de desenvolvimento incentiva muito os empreendedores a conquistarem estágio de “potenciais companhias globais”. Nesta perspectiva o mercado de São Paulo é citado pela pesquisa como “bom alvo” para investidores interessados em novos projetos.
A pesquisa mostrou que 96% das startups paulistanas são formadas por homens, com idade média de 30,8 anos. Este é um dado curioso, porque no Vale do Silício a idade média é mais maior, com 32,1 anos. Porém, São Paulo trabalha menos que o Vale do Silício: 8,86 horas por dia de trabalho enquanto na Califórnia a média é de 9,95 horas por dia.