Pode durar pouco. Não importa. O que interessa é a visibilidade do fato: a coreana Samsung conseguiu, ainda que por um trimestre, fazer do Galaxy S3 o smartphone mais popular do mundo. Isto quer dizer, o mais vendido, passando o iPhone. A Apple liderou a venda do segmento, imbatível, nos últimos dois anos.
Os dados são da consultoria Strategic Analytics e tem como referência as vendas entre julho e setembro deste ano. No período, o Galaxy S3 vendeu 18 milhões de aparelhos, enquanto o iPhone 4S foi o escolhido por 16,2 milhões de consumidores. Executivos e acionistas das duas companhias olham outro número que é reflexo deste: o resultado do S3 permitiu que a Samsung anunciasse lucro de US$ 7,3 bilhões no terceiro trimestre.
Os analistas observaram o equilíbrio de vendas do Galaxy, atingindo os três maiores mercados, EUA, Ásia e Europa. Porém, os mesmos analistas ponderaram que as vendas do iPhone 5 devem devolver a Apple ao topo já no quarto trimestre do ano. A Apple anunciou que o novo modelo comercializou 5 milhões de unidade só no primeiro final e semana depois da chegada o produto às lojas.
É preciso lembrar que no total de smartphones vendidos, como mostrou matéria do Estadão de hoje página B19, a Samsung somou coma linha Galaxy , em todos os seus modelos, 56,3 milhões de aparelhos vendidos em outubro, enquanto a Apple, com toda a linha iPhone vendeu 26,9 milhões mesmo despois do anúncio do iPhone 5.
A perda de liderança no top da linha deve acirrar as disputas jurídicas entre as duas marcas. A Corte Federal de San Jose, na Califórnia condenou a Samsung a pagar indenização de US$ 1 bilhão a Apple por quebra de patente. A sentença não é final e a Samsung conta com outra decisão, esta a seu favor frente a mesma reclamação da Apple, na corte de Tóquio. Neste assunto só há uma certeza: a briga milionária na Justiça entre as duas companhias continuará.
A disputa no mercado entre Apple e Samsung, no entanto, é bem maior que a jurídica. A notícia da quebra de invencibilidade do modelo iPhone mais sofisticado terá repercussões imediatas. A Apple apressou a fabricação do iPhone 5 e reviu todas as condições de produção. E ativou a reformulação nos setores de design e varejo da empresa. A pressão é tanta que a presidente do conselho da chinesa Foxconn, Terry Gou, responsável pela produção do recente iPhone 5 já avisou que enfrenta problemas para acelerar a produção como desejam os executivos da multinacional americana.
O consumidor pode ganhar e muito com esta briga. Inovação tecnológica e design cada vez mais sofisticado serão territórios de combate cada vez mais forte entre as duas gigantes. A reformulação na diretoria da Apple na semana passada, por exemplo, foi o primeiro sinal da perda de liderança nas vendas.
