Se a moda pega: Itália quer “revezamento” entre trabalhadores idosos e jovens

O que fazer quando 38% dos jovens, com o mais alto nível educacional, estão desempregados? A Itália, que enfrenta esta situação, propôs uma estranha solução: o “revezamento” entre trabalhadores idosos e jovens. A proposta é que trabalhadores mais velhos reduzam suas horas de trabalho abrindo espaço para empregados mais novos para conter o desemprego, um problema cada vez mais sério na Europa.
O plano, como mostrou a matéria do The Wall Street Journal, pode gerar economias substanciais para as empresas e criar bom atalho para o primeiro emprego dos jovens. Uma pessoa perto da aposentadoria trabalharia meio período por metade do salário e o restante seria ocupado por um jovem. As empresas pagariam menos ao empregado mais novo, embora o trabalhador mais velho recebesse a contribuição integral para Previdência. O Estado italiano pagaria a diferença para a aposentadoria.
Na prática, a “staffetta” entre gerações – que é também a palavra usada em italiano para corrida de revezamento – é uma espécie de aposta no menos pior. Por ter o mérito de oferecer alívio rápido a debilitada economia italiana que pode se contrair ainda mais porque o pessimismo quanto ao mercado de trabalho reduziu o consumo até das famílias mais ricas.
A medida, como apontou o artigo do Wall Street Journal, traduzido pelo Valor Econômico de 22 de maio, evitaria o desperdício de um capital humano jovem, altamente educado, que enfrenta longo período de desemprego. O ministro do Trabalho italiano resumiu: “precisamos medir o custo dessa medida em comparação com o custo de não fazer nada com os jovens desempregados”.
As empresas têm a ganhar, mas será preciso atrair os empregados mais velhos que não aceitarão cortes porque os salários na Itália ficaram baixos demais com a crise. Por outro lado, quem teme perder o emprego pode aceitar o revezamento para manter a contribuição á previdência e não precisar adiar a aposentadoria.

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