Salão de Frankfurt tentou vender conforto e não motor ou carro bonito

Como vender, mais uma vez, o sonho de ter “aquele carro”? O salão do automóvel de Frankfurt sempre foi especialista nesta “conquista”. Já usaram de tudo, mas neste ano, com as várias pesquisas que os jovens não gostam mais de carros: o quadro ficou confuso. Os executivos das montadoras tentam não perder de vista os novos conceitos de vista os novos conceitos de mobilidade, mas mantêm um discurso saudosista, do tempo em que automóvel era o sonho de consumo mais desejado.

O ronco dos motores, antigamente, bastava. Depois, chegou a afinidade coma causa ambiental e o cenário mudou. Em seguida, veio a fase do carro elétrico. Neste momento, a indústria parece ter perdido o repertório. A fórmula usada em Frankfurt neste ano reproduz um pouco os velhos tempos: exposição de carros estilosos, de todos os tamanhos e gostos, movidos por energia inovadora ou a velha gasolina.

A apatia, como mostrou matéria de Frankfurt do Valor Econômico de 11 de setembro, pg B6, é um pouco reflexo da crise do euro. Não é fácil mostrar novidade para um público que deixou , há anos, de trocar de carro. A estagnação que se arrasta nos mercados europeus está longe de acabar. O que mais chama atenção na indústria não são as novidades técnicas, mas as notícias de demissões e enxugamento de linhas de montagem.

Nesse cenário , não é só o conceito de mobilidade que atrapalha a indústria. Para piorar concorre com o tradicional charme do carro, outros produtos que encantam as novas gerações, de smartphones a tablets, que permitem “viajar” sem sair do lugar e instantaneamente.

A questão da energia alternativa parece ainda mais polêmica. Carro elétrico não é mais a grande novidade. Algumas montadoras, como a BMW, apostam em modelos elétrico puros e no desenvolvimento da célula de hidrogênio. Outras continuam mais envolvidas na opção dos chamados híbridos, que funcionam com dois motores, elétrico e gasolina.

O salão de Frankfurt primou pela discrição. Não foram exibidos mais protótipos que mostram o carro do futuro, bem diferentes dos atuais. Há um enorme esforço dos executivos em destacar o conforto de seus produtos. Talvez, uma tentativa de tornar o transporte individual ainda atraente. Principalmente pela comodidade.

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