A perda do controle da Câmara dos Deputados dos EUA deixará o Partido Republicano com uma bancada mais conservadora, que será ainda mais ligada ao presidente Donald Trump e mais unida em torno de sua retórica provocadora e sua agenda linha-dura.
Embora republicanos moderados que permanecem na Câmara possam ver o resultado da eleição como uma condenação da estratégia de Trump de focar de forma inflexível na imigração ilegal na reta final da campanha, eles serão uma pequena minoria.
Muitos republicanos que perderam suas vagas eram moderados de distritos pesadamente ocupados por bairros periféricos de classe média que tentavam manter alguma distância de Trump e de suas retóricas, mas foram derrotados de qualquer jeito. Isso deixa um núcleo encolhido, dominado por conservadores de áreas rurais, onde os eleitores apoiam Trump de forma esmagadora.
Em resumo, Trump continuará sendo Trump. Embora alguns republicanos possam culpá-lo pelas derrotas de terça-feira, é pouco provável que eles se sintam incentivados a rebelar-se, especialmente considerando que o partido manteve o controle do Senado.
Ele sabe que continua a ser, sem sombra de dúvida, a figura mais popular de seu partido.
Agora, Trump inicia sua corrida pela reeleição, na qual ele fará todos os esforços para galvanizar sua base de apoiadores fervorosos.
Isso significa que, mesmo frente a uma oposição democrata mais forte, é provável que Trump defenda sua agenda “EUA em 1o”, que dá prioridade a questões polêmicas, como imigração ilegal e protecionismo comercial. O que, por sua vez, vai acelerar sua reformulação dramática de um partido que por décadas foi definido pelo seu conservadorismo fiscal, social e com relação à segurança nacional.
Saber que os deputados democratas não aprovarão recursos para um muro ao longo da fronteira dos EUA, por exemplo, não impedirá Trump de continuar a defendê-lo. Na verdade, ele pode descobrir que politicamente é mais efetivo ter os deputados democratas como um contraponto.
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