Quem cuida da vida como ela é, ganhou o Prêmio Nobel de Economia

O Prêmio Nobel de Economia foi dividido entre três professores americanos. Os temas dos trabalhos vencedores é o mercado financeiro, especialmente, sobre como avaliar o preço de ativos, como ações, títulos e imóveis. Porém o aspecto mais pioneiro destes estudos está na análise de como as emoções interferem nas decisões de investimento.

Eugene Fama e Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago e Robert J. Shiller da Universidade de Yale, foram os vencedores do Nobel de Economia de 2013. A Real Academia Sueca de Ciências, que outorga o prêmio, lembrou no seu comunicado que o comportamento de preços não é importante apenas para investidores profissionais, mas para o cotidiano da maioria das pessoas. E exemplificou com a decisão sobre como guardar dinheiro, em bancos ou em ações, que dependem de como se entende e pensa o risco e o retorno associados a estas formas de poupança.

É curioso, mas o Prêmio Nobel foi dividido entre duas visões bem diferentes sobre o que é “guardar dinheiro” e o papel do mercado nisso, como mostrou matéria do Financial Times, assinada por John Authers, que o Valor Econômico traduziu em parte na edição de 15 de outubro, pg A13. Fama, de Chicago é o pai da hipótese dos “mercados eficientes”, enquanto Shiller, de Yale, é o seu crítico mais conhecido.

A hipótese dos mercados eficientes deu origem a muitos instrumentos financeiros, inclusive os fundos de investimento. Para Fama, quando os mercados funcionam bem, os preços dos ativos (tanto ações como imóveis) mostram todas as informações disponíveis. Em outras palavras, se os mercados estão livres, sem interferência, é possível tomar decisões racionais de investimento.

Shiller foi por outro caminho. Seu trabalho mostrou que o preço dos ativos só são previsíveis em períodos mais longos. O comportamento dos preços não pode ser determinado só por fatores racionais, porque refletem o comportamento irracional dos investimentos. Na sua teoria ele absorveu conceitos de psicologia comportamental. Shiller defende a tese do “comportamento irracional dos mercados”, ou seja, “bolhas” se formam quando há excessos não regulados adequadamente no mercado.

Em 2000, Shiller mostrou a valorização excessiva dos papéis de empresas de tecnologia. No ano seguinte ocorreu o estouro da bolha das empresas de internet, com bilhões de dólares de prejuízo.

É diferente o trabalho do matemático Lars Peter Hansen, que desenvolveu método, baseado em teorias de econometria, capaz de testar matematicamente o preço dos ativos.

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