Por que o rei da Espanha veio ao Brasil?

Impedir a entrada de passageiros “suspeitos”, em Guarulhos ou em Madri, virou “assunto real”? Hoje, o rei da Espanha, D. Juan Carlos, encontrou em Brasília a presidente Dilma Rousseff para “oficialmente” encontrarem uma solução para os constantes incidentes nos aeroportos dos dois países. Esse encontro, no entanto, quer dizer muito mais do que impedir a entrada de possíveis imigrantes ilegais. Essa situação revela graves dificuldades econômicas, tanto nos países emergentes, como nos países da rica União Européia. O rei de Espanha e a presidente do Brasil discutiram essas dificuldades e não apenas questão dos barrados nos aeroportos. 
É verdade que a situação de impedir entrada de passageiros gerou fatos graves. Como a vivida pela senhora brasileira de 77 anos Dionísia da Silva que ficou três dias em uma sala do Aeroporto de Barajas esperando a volta para o Brasil, por “falta de documentos”. Ou, a do médico espanhol que também ficou 24 horas no aeroporto de Brasília esperando a deportação de volta a Madri pela mesma razão de dona Dionísia. O Brasil passou a adotar as chamadas “medidas de reciprocidade”, ou seja, dar aos espanhóis que aqui chegavam o mesmo tratamento e as mesmas exigências que os brasileiros recebiam nos aeroportos de Madri e Barcelona.
O rei Juan Carlos chegou ao Brasil acompanhado dos principais executivos das maiores empresas espanholas, como o banco Santander, a telefônica, a Iberdrola, a companhia aérea Ibéria e da petrolífera Repsol, entre varias outras. Ou seja, a visita de Juan Carlos ao Brasil tem outros motivos além de resolver “problemas de aeroportos”.
A Espanha enfrenta crise econômica bem grave, mas é o segundo investidor estrangeiro no Brasil, com US$ 85 bilhões de aportes em muitos setores. A crise é forte, porém, a Espanha não quer perder o espaço já conquistado na economia brasileira. O rei Juan Carlos veio ao Brasil para deixar este fato bem claro. E foi bem recebido.

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