Matança em vilarejo sírio será investigada por professor brasileiro.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU deverá mandar um brasileiro para investigar a matança em Hula, uma pequena cidade síria.  Nesse lugar, 108 pessoas foram executadas, 48 delas crianças, pelas milícias que apóiam o regime de Bashar Assad.

A tarefa é bem complicada porque a posição brasileira em relação ao conflito sírio procura ser de equidistância. Um bom exemplo desse comportamento do Itamaraty é que o Brasil não expulsará o embaixador sírio de Brasília, atitude tomada pela maioria dos países europeus e pelos Estados Unidos e Japão.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, insistiu que é preciso manter a comunicação aberta com o regime sírio. Na visão de Patriota isolar completamente o regime de Bashar Assad apenas diminuiria as chances de sucesso do próprio plano de paz da ONU,  arquitetado pelo ex-secretário-geral Kofi Annan.

Muita gente não gostou da posição tomada pelo Itamaraty. Várias ONGs brasileiras e organismos de defesa dos Direitos Humanos protestaram em relação ao que chamaram de “silêncio do governo brasileiro” frente ao recrudescimento da violência.

É curioso, mas o escolhido para atuar como investigador do massacre de Hula, o professor da USP, Paulo Sérgio Pinheiro, tem uma posição bem próxima à cautela do Itamaraty. Primeiro, o professor Pinheiro alertou, em entrevista ao Estado de São Paulo de hoje, que a tragédia de Hula pode ser um “aviso sobre como seria uma guerra civil” na Síria se as propostas  de paz fracassarem., E, completou “não há uma solução militar para esse conflito, porque não existe uma alternativa à negociação”. Palavras sensatas… A íntegra da entrevista do professor Paulo Sérgio Pinheiro está no endereço:

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,hula-e-um-aviso-sobre–como-seria-guerra-civil-,880737,0.htm

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