A solução chamou a atenção de muita gente: batam na porta da concorrência! O presidente da Apple, Tim Cook, primeiro disse lamentar “profundamente” a frustração dos seus clientes com as falhas do aplicativo de mapas. Depois, no mesmo comunicado, recomendou a utilização dos mapas dos concorrentes para contornar o problema.
O fato é inteiro inédito. Na semana passada, a Apple fez a atualização do sistema operacional do IPhone e do Ipad trocando o Google Maps pelo seu próprio aplicativo de mapas. A operação não deu certo. Primeiro, os usuários reclamaram que o novo software tinha menos detalhes, não exibia as direções de trânsito e situava no lugar errado pontos referenciais. Era só o começo da confusão. Em pouco tempo as redes sociais estavam repletas de histórias que ridicularizavam o novo aplicativo.
A Apple tomou duas providências: reconheceu o erro e avisou que fará nova versão do software, especialmente para atender seus clientes. A empresa não observou – ou preferiu não respeitar o alerta – como notaram todos os analistas, que o Google não licenciou sua tecnologia para a Apple , porque no quesito maps os aparelhos que rodam o software Android “têm clara vantagem sobre os da Apple”.
O Google tomou esse caminho, de não licenciar, porque sabia que o seu aplicativo de mapas estava bem longe de ser perfeito quando foi lançado. Não seria diferente com o da Apple. A mídia lembrou que o Google acumulou o acesso de 100 milhões de usuários do IOS que “ajudaram a criar o banco de dados do Google Maps”. Os analistas de estratégia de mercado insistiam que se a equipe da Apple tivesse lançado o aplicativo de mapas como “trabalho não concluído” a reação não seria tão negativa.
Muita gente perguntou por que a Apple agiu desse modo, aparentemente tão imprevidente. Alguns apostam que tudo tem a ver coma guerra de patentes que vai aumentar muito. A Samsung foi condenada em agosto por infringir seis patentes do IPhone lançado em 2007 – e condenada a pagar multa de US$ 1,05 bilhão – além da suspensão de vendas do Galaxy Tab 10.1. Agora o júri revisou sua decisão quanto a proibição de vendas por considerar que a violação de patente não ocorreu no caso específico do tablet.
A Apple, vitoriosa contra a Samsung, não quis nem correr riscos novos com o Google e preservar sua imagem de “inovadora”. A segunda parte da estratégia não deu certo. Um consumidor da Apple resumiu o sentimento dos usuários: “No mundo real, os deuses também falham”.