Para EUA, modo de “fazer a guerra” mudou

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou as bases de uma nova política externa. Na visão do líder da nação mais poderosa, a cooperação é a melhor maneira de enfrentar a natureza difusa que organizações terroristas passaram a ter depois das guerras do Afeganistão e do Iraque, com o surgimento de células descentralizadas da Al-Qaeda e outros grupos. Intervenções militares unilaterais, que marcaram o período posterior aos atentados do 11 de Setembro, não são mais a melhor maneira de combater essa nova face do terrorismo.

Em seu lugar, Obama anunciou uma rede de alianças que se estende do sul da Ásia ao norte da África, para a qual serão destinados os US$ 5 bilhões do fundo. O presidente deu exemplos dessa nova política: “Esses recursos nos darão flexibilidade para cumprir diferentes missões, incluindo o treinamento de forças de segurança no Iêmen que iniciaram uma ofensiva contra a Al-Qaeda; o apoio a uma força multinacional para manter a paz na Somália; o trabalho com aliados europeus para treinar uma força de segurança funcional e uma patrulha de fronteiras na Líbia; e a facilitação das operações francesas no Mali”.

O presidente escolheu um local significativo para anunciar essa nova fase do poder americano: a Academia Militar de West Point. Falando para formandos, Obama não escondeu sua aversão ao uso unilateral da força. “Desde a 2.ª Guerra, alguns de nossos erros mais custosos vieram não de nossa contenção, mas de nossa disposição de entrar em aventuras militares sem pensar nas consequências.”.

Porém, Obama não descartou a hipótese de intervenções militares, mesmo que unilaterais, mas afirmou que elas só devem ser usadas quando houver ameaças à população americana, quando seu modo de vida estiver em risco e quando a segurança de seus aliados estiver em perigo.

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