Para bancos europeus, não emprestar custará caro

Na União Europeia, agora, os bancos pagam se deixam dinheiro parado. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou amplo programa de medidas para tentar impulsionar a atividade econômica e afastar o risco de deflação na zona do euro. Além do esperado corte do juro de 0,25% para 0,15% ao ano e da punição aos bancos que deixarem dinheiro parado, o BCE também relançou um programa que pretende colocar na economia até € 400 bilhões em novos financiamentos para famílias e empresas.

O BCE mostrou que entrou para valer na briga contra a deflação, quando os preços caem sem parar, com mostrou matéria do Estadão de 6/06. O problema é que preços em queda derrubam empregos. Diante da economia que reage lentamente, o presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou diversas medidas para incentivar a demanda. A ação tenta apoiar o crescimento e afastar o risco de deflação, fenômeno que prejudica muito a economia. Famílias já adiam compras à espera de preço ainda menor no futuro. Em maio, a inflação anual na zona do euro ficou em 0,5%, bem inferior à meta que prevê Índice abaixo de 2%.

Além do novo piso histórico do juro, foi anunciada a inédita remuneração negativa de 0,10% para recursos dos bancos depositados no BCE. Na prática, isso quer dizer que instituições financeiras que tiverem dinheiro parado terão de pagar à autoridade monetária europeia. A intenção é que, para evitar esse pedágio, bancos emprestem o dinheiro aos clientes – o que ajuda a aquecer a demanda.

Dentro do esforço de alavancar o crédito, também foi anunciada a retomada da operação de financiamento de longo prazo aos bancos (TLTRO, na sigla em inglês). A medida oferecerá até € 400 bilhões com juros baixos e longo prazo para que o sistema bancário ofereça novos empréstimos. Além disso, o BCE deixará de retirar do mercado cerca de € 175 bilhões injetados no apoio ao crédito.

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