O G7, que reúne os sete países desenvolvidos mais ricos, declarou-se em consenso sobre a necessidade do mundo de abandonar gradativamente o uso de combustíveis fósseis até o fim deste século.
Reunidos na Alemanha para sua cúpula anual, líderes de EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Japão, Canadá e Itália afirmaram no comunicado final do evento que são precisos profundos cortes na emissão de gases causadores do efeito estufa e a “descarbonização” da economia ao longo do século, como mostrou matéria do Financial Times, publicada pela Folha de São Paulo de 9/06.
O texto também ressalta uma meta de redução na emissão de gases-estufa entre 40% e 70% até 2050 ante os níveis de 2010 –a primeira ocasião em que esses países, em conjunto, apoiam metas precisas no longo prazo.
Mas o texto, embora enfatize as datas de 2050 e 2100, não propõe nenhum cronograma para o abandono dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) nem planos para reduzir as emissões.
Além disso, ao tratar de políticas oficiais de estímulo aos combustíveis sujos –um velho debate nos EUA–, ressalva que devem ser eliminados “subsídios ineficazes aos combustíveis fósseis”, abrindo uma brecha para que alguns programas possam ser classificados como eficientes.
O texto é mais enfático sobre a necessidade de se apoiar o desenvolvimento de fontes alternativas e um fundo que ajude os países mais pobres a lidarem como a mudança climática. Os líderes reafirmaram o compromisso de, até 2020, mobilizar US$ 100 bilhões ao ano de fontes privadas e públicas para tanto.
De forma geral, porém, a declaração foi bem recebida. Ativistas do clima disseram que as decisões das democracias mais ricas estimulariam a negociação entre quase 200 países para fechar um acordo global na convenção sobre o clima marcada para dezembro em Paris.
O objetivo proposto pelo G7 é um desafio potencialmente imenso para empresas de petróleo, gás natural e carvão, que podem enfrentar pressão para transformar seus negócios ou investir mais em tecnologias como a captura e armazenagem de carbono.
A queima de combustíveis fósseis libera na atmosfera dióxido de carbono, um dos causadores do efeito estufa, que, segundo cientistas, está elevando as temperaturas do planeta a níveis arriscados.