Outro jeito de ver TV? Nos EUA, o “Zero-TV” já alcança 5 milhões de casas

Há uma nova audiência de TV. Mas, cuidado, esta nova audiência tem tudo a ver com um novo jeito de ver televisão. Aquele conceito de sempre, de ficar na frente do aparelho assistindo o que a emissora achava que devia transmitir, faz cada vez menos sentido. Na verdade, cada um de nós quer ver seu programa preferido na hora que acha mais conveniente. Ou, na hora que é possível. Essa “passagem”, aliás, já começou desde a venda dos gravadores de vídeo, o primeiro passo, até chegar aos serviços de vídeo via internet, por exemplo, o Netflix.
Porém, este é só um dos modos novos de ver TV, via vídeo pela web. Há outros, como prova a constituição de uma nova audiência de televisão. Neste mês, a Nielsen (que mede audiência nos EUA) mostrou que há um novo grupo de espectadores que ela chamou de “Zero-TV”, ou seja, 95% das casas americanos têm TV, a cabo ou por satélite. Mas, outros 5% não usam nem TV paga, nem aberta, são os Zero-TV. Em outras palavras, eles “consomem” TV, mas de outro modo.
Pode parece pouco, mas são 5 milhões de domicílios. E, como mostrou matéria do Estadão de 24 de março, pg B10, a tendência do ZeroTV está em crescimento nos EUA. Há três anos eram só 2 milhões de domicílios. Hoje, a metade dos consumidores do Zero-TV assina serviço de vídeo via internet, Netflix, Hulu Plus ou Amazon Prime, os dois últimos ainda não presentes no Brasil. Em 75% desses cinco milhões de domicílios americanos um aparelho de TV, ao menos é usado para ver DVD, jogar vídeogame ou navegar na internet. E, o mais importante, 60% desses 5 milhões de casas, usam computador (ou smartphone ou tablet) para consumir conteúdo audiovisual.
A revolução bateu também no vídeogame: 22% do tempo que os americanos usaram no ano passado com aparelho de videogame não foi com jogos, mas com outros conteúdos audiovisuais. A evolução foi muito rápida: em 2010 eram apenas 13%. A tendência foi definida pelos usuários de PlayStation 3 que usaram 25% do tempo com serviços de streaming , em que os arquivos não precisam ser baixados.
Um dado especial da pesquisa: a Netflix confirmou os novos hábitos de seus assinantes, ou seja, como é o novo jeito de ver as séries. Os espectadores gostam de ver uma temporada inteira praticamente de uma vez. Ou, pelo menos de ver vários episódios em um só dia.
As mudanças no jeito de ver TV, sem dúvida, terão forte impacto na forma de “fazer negócios” usando a tela das TVs. Tanto para anunciantes, como para publicitários.

Para quem gostou do assunto e quer continuar lendo:
http://www.nielsen.com/us/en/newswire/2013/zero-tv-doesnt-mean-zero-video.html

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