Demorou, mas os investimentos em TI inverteram a mão: agora, vem da China para os EUA. O Grupo Alibaba, varejista chinês que opera na internet, chegou aos Estados Unidos com o talão de cheques bem aberto.
Em março, o Alibaba investiu US$ 215 milhões na compra do Tango, um aplicativo de mensagens. Recentemente, contatou o Snapchat, outro aplicativo de mensagens que este ano recusou uma oferta de compra feita pelo Facebook no valor de US$ 3 bilhões. O Alibaba destinou US$ 170 milhões para a Fanatics, varejista online de antiguidades do esporte. Na quinta-feira, a Kabam, uma startup de videogames, anunciou que recebeu do Alibaba um investimento de US$ 120 milhões.
A recente explosão de atividade – que inclui meia dúzia de investimentos nos Estados Unidos neste último ano – ocorre porque a gigante da internet prepara sua estreia no mercado, uma das mais intensamente esperadas desde a do Facebook, há dois anos. O Alibaba começará suas operações em setembro a um valor de mercado de talvez US$ 200 bilhões, o que potencialmente a torna uma das maiores ofertas públicas iniciais (IPO) de todos os tempos, como mostrou matéria do The New York Times, de Mike Isaac e Michael de la Merced, traduzida pelo Estadão em 2/08, pg B14.
O Alibaba também busca parcerias no mundo às vezes fechado das startups consolidadas no Vale do Silício, onde um punhado de financistas pode ajudar a companhia a detectar o próximo aplicativo de sucesso ou a tendência do comércio eletrônico antes que ele chegue ao mercado.
Um porta-voz do Alibaba não quis comentar a estratégia de investimentos, embora a companhia chinesa tenha exibido os princípios nos quais se baseou nos documentos apresentados para a sua IPO. Na linguagem formal dos documentos enviados às autoridades reguladoras, o Alibaba disse que quer atrair mais usuários, melhorar a utilização dos serviços da companhia e melhorar as relações com os clientes.
É curioso, mas os americanos diziam exatamente o mesmo quando começaram a investir na China.