O que interessa é a convergência entre soft e aparelho. A Google e a Apple apostam nisso.

Mas ainda existe fronteira entre o que é software e o que é equipamento? Quando o Google comprou a Motorola Mobility por US$12,5 bilhões e a Microsoft comprou a Nokia por US$ 7,2 bilhões, ficou bem claro que a diferença ente forma e função nos equipamentos móveis de comunicação tinha desaparecido. Ou seja, software e equipamento se misturaram. Definitivamente.

O artigo do The Wall Street Journal, de Dennis K. Berman, vai direto ao ponto: hoje, apenas dois sistemas operacionais têm futuro, o iOS da Apple e o Android da Google. Berman diz que testemunhamos o colapso e a reordenação dos participantes remanescentes, desde a Nokia até o Microsoft. O interessante é que o artigo lista 5 pontos essenciais para entender o “para onde vamos” quando soft e equipamento ficaram sem fronteira.

A primeira percepção é que a noção de escala passou a ser mais importante do que nunca. Construir ecossistemas móveis é o grande projeto industrial da nossa era exigindo sincronização de engenharia, programação, “evangelização” e marketing. A Apple ficou na frente nessa sincronia, mas o Google colou nela. A Samsung construiu sua entrada nessa sincronia via marketing.

A segunda é que o confronto mais aberto do futuro será entre Google e Samsung. Só por ora, uma precisa da outra, quando 79% do mercado de celular usa Android. A terceira é que a maior competição virá do Oriente e não do Ocidente. A busca da sincronia mais avançada pode vir de nomes como Huawei, Lenovo, ZTE, China Wireless Technologies; em 2012 a Huawei já alcançou a terceira participação no mercado mundial de smartphones.

A quarta percepção é que desenvolvedores de software perdem importância. A não ser que a Microsoft desenvolva alternativa real a Apple e a Google todas as evidências são que todos ficarão sem opção a não ser se comprometer com as duas plataformas em ascensão.

Por última e a mais importante: o vencedor de verdade é o dono da rede, não dos equipamentos. Não foi pro outra razão que o negócio da Verizon alcançou a surpreendente cifra de US$ 130 bilhões. Quanto mais os ecossistemas avançarem e mais dados oferecerem, mais precisarão de sistemas de transmissão.

Neste contexto a distinção entre soft e equipamento simplesmente perdeu sentido. Parte da matéria da W S Journal foi traduzida pelo Valor Econômico de 5 de setembro, na pg B2.

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