O mundo está conectado. Mas, ainda bem longe do que deveria.

O mundo está muito conectado, mas a diferença entre os “cantos” do mundo nesta conexão ainda é muito grande. Os dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT),  que faz parte da ONU, mostram que na Europa 75% da população tem acesso à web; porém, na África este número não passa de 16%. Os dados são de 2012.

A Ásia é o continente com crescimento de conexão mais rápido. Mas… como mostrou a matéria do Estadão de 4 de março, pg L5, a região Ásia Pacífico, embora tenha mais da metade das linhas de celular do planeta – 6,8 bilhões – ainda tem população carente de conexão: apenas 36% está on line. Nos Estados Unidos, este número é quase o dobro: 61  americanos em cada 100 têm acesso à rede.

A questão não é só o acesso. A velocidade da banda larga também é séria dificuldade. No Brasil, pouco mais de 20% das conexões são de 10 megabits por segundo; na Europa essa velocidade alcança mais de 50% das conexões. Na China, Japão e Coréia do Sul essa velocidade atinge mais de 90% das conexões.

A adesão à banda larga dependerá da velocidade em que caírem os preços. Não é uma questão técnica, como apontam todos os analistas. Os preços já caíram bastante, é verdade. A UIT calcula que entre 2008 e 2012 ocorreu redução de 82% no custo da internet fixa, por exemplo. Mas são as barreiras econômicas que impedem o acesso à tecnologia. Para a UIT é a internet móvel e não a fixa que provoca avanços nas regiões mais carentes do mundo.

De 2007 para 2012 as assinaturas de internet móvel passaram de 269 milhões para 2,1 bilhões. Porém, o preço deste tipo de serviço nas áreas menos desenvolvidas é sempre muito mais caro, por exemplo, do que na Europa ou EUA. Segundo a UIT, o custo dos planos de dados para celular representa entre 1,2% e 2,2% do PIB mensal dos países desenvolvidos enquanto nas áreas menos desenvolvidas, caso do Brasil, por exemplo, o valor deste tipo de conexão móvel ocupa entre 11,3% e 24,5% do PIB mensal desses países.

A UIT alerta que há longo caminho a percorrer para dizer que o mundo está efetivamente conectado. E avisa que só dará para saber o real impacto da tecnologia digital quando essa conexão realmente alcançar todas as áreas. A UIT reafirma: estamos só no começo das conexões.

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