O interesse da Bolsa está na inovação publicitária feita pelo Twitter

A oferta era tentadora: o Twitter buscaria recurso em bolsa, como fez o Facebook. Os funcionários não tinham a mesma opinião dos executivos, conscientes de que sua produtividade e métrica de eficiência seriam comparadas com outras empresas. Mas, a abertura de capital do Twitter estava decidida, como Wall Street especulava desde o começo deste ano. O principal motivo da decisão é que nos últimos dois anos a empresa transformara-se de uma iniciante desconexa em “algo indispensável” no cenário de mídia.

Essa foi uma mudança e tanto. Com 4 anos de existência, como mostrou matéria do Financial Times, traduzida pelo Valor Econômico, edição de 17/09, pg B2, até 2010, o Twitter ainda era visto como um produto atraente, com uma visão idealista e graves problemas: infraestrutura instável, nenhuma fonte evidente de receita e gestão amadorística. Nesse ano, a empresa contratou um time novo de executivos que introduziu a publicidade em aplicativos para smartphones, roubando a cena do Facebook. A mais significativa mudança foi propagandear suas origens como serviço para celulares visando participação na mente de marqueteiros desesperados para acessar consumidores via seus telefones.

Um novo modelo de negócio foi desenhado. O Twitter introduziu gradativamente mensagens publicitárias, primeiro entre os resultados de pesquisas e tópicos bem posicionados nas tendências, antes de acrescentar ‘tweets’ patrocinados ao fluxo de atualizações. O Twitter, porém, estava determinado a não assustar os usuários com anúncios em demasia, como havia feito o MySpace, por exemplo.

Analistas de mercado insistem que a maneira como o Twitter desenvolveu seus negócios explica porque a publicidade cresceu tão rapidamente , em comparação com seus concorrentes. O analista da eMarketer, consultoria especializada, foi bem claro: ‘eles colocaram o celular em primeiro lugar, tinham integração com o SMS desde o início e mantiveram esse formato de coluna única de fácil manuseio para os usuários de celulares”.

É fato que o Twitter se estabeleceu rapidamente como ator dominante em publicidade via celulares. É verdade que alguns anunciantes enfrentam dificuldades para acompanhar o rápido avanço da inovação publicitária do Twitter. A Forrester Research assegurna que 60% dos marqueteiros já usaram a empresa. Essa consultoria diz que alguns anunciantes apenas se concentraram em colecionar seguidores no Twitter sem perceber que precisam ser mais criativos para produzir publicidade focada no trabalho das mídias sociais. Foi exatamente o que fez, enquanto empresa, o próprio Twitter.

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