O Google tentou criar a “opção paranóia”. Não deu certo…

O barulho foi grande. A quebra de privacidade com a espionagem do governo americano pelo mundo todo, com ajuda de empresas de tecnologia, preocupou muita gente. Agora se sabe que o dono da Google já estava preocupado com a possibilidade deste “estouro” faz tempo. Quem descobriu foi o The Wall Street Journal, em matéria assinada por Amir Efrati.

A coisa toda aconteceu deste jeito: em 2011, Larry Page, diretor presidente do Google , pediu que os executivos bolassem uma ferramenta de proteção de privacidade que recebeu o apelido de “opção paranóia”. A ideia de Page era criar uma ferramenta simplificada que funcionasse como escala móvel. O usuário definiria qual o nível de informação a seu respeito – mínimo, médio ou máximo – que autorizava ser coletado e visualizado pelo Google.

Depois de muitas tentativas da engenharia de atender o chefe, chegou-se a um agulha com 3 pontos, conforme o grau de permissão do usuário, mas os executivos barraram por considerar impossível reduzir controles de privacidade a número tão restrito de categorias. Além disso diziam que a “opção paranóia” destruiria os esforços do Google para que usuários compartilhassem informações. E argumentavam que muita gente aceita e gosta de compartilhar informações em troca de serviços digitais. Outros não querem nem ouvir falar disso. Parte da matéria do W S Journal foi traduzida pelo Valor Econômico, de 01/08, pg B11.

A abrangência de informações do Google rivaliza com qualquer entidade, governo ou empresa. O gigante de buscas e anúncios continua com sua missão de indexar o mundo todo em um negócio de publicidade de uns US$ 50 bilhões anuais.

Eric Grosse, diretor do Google para engenharia de segurança e privacidade, declarou que a empresa se preocupa com proteção de informações pessoais e tenta ser a “mais franca e aberta possível”. Os erros cometidos com abusos no uso de informações geraram ações regulatórias dos governos tanto na Europa como nos Estados Unidos. E a empresa atrasou lançamento de produtos para atender a essa política de proteção à privacidade.

Mas, o fato é que o sistema operacional Android e os Mapas Google  coletam informações sobre localização de pessoas o tempo todo. E a empresa continua tentando aprender mais sobre seus usuários o tempo todo. Apesar da política de privacidade  anunciada, a Google Now, um produto novo, fornece informações antes mesmo que as pessoas as procurem, como, por exemplo, enviando alertas sobre as condições do trânsito antes de uma reunião agendada…  A empresa, porém, garante que a equipe do Google Now precisou obter amplas permissões para conseguir os dados dos diferentes grupos de produtos da própria empresa como Gmail e o Google Search…

No fundo é uma questão de confiança de cada usuário…  A conferir quem tem razão…

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