O Brasil voltou a ser o queridinho dos investidores internacionais.

O mundo voltou a se interessar no Brasil. A surpresa foi geral, do governo e dos empresários: os investimentos estrangeiros diretos, os IED, nas empresas brasileiras alcançaram em julho US$ 8,4 bilhões. É o terceiro melhor resultado da história, superado apenas por março de 2007 e dezembro de 2010, quando os IED superaram US$ 10 bilhões.

O mais importante é que estes números representam mudança de tendência. No primeiro semestre ocorreu uma constante queda na entrada dos investimentos. A pressão da crise internacional era a explicação básica dos técnicos do Banco Central. A previsão desses técnicos agora é de que o Brasil deve superar a faixa de US$ 50 bilhões de entrada de capital, o que vai superar o déficit previsto para este nas transações de bens e serviços, com folga.

IED é considerado o melhor investimento, de mais qualidade, porque vai diretamente para a empresa, para a produção, compostos pelos dólares destinados a comprar máquinas, montar fábricas, abrir negócios de todo tipo. É diferente do investimento que chega para a bolsa de valores e que pode sair em igual velocidade. O dinheiro colocado em uma  empresa gera emprego e não sai de uma hora para outra.

O déficit nas transações correntes representa os dólares que saem do País para quitar o fluxo de mercadorias, o pagamento de serviços (aluguel de máquinas, por exemplo) e as transferências de recursos das famílias para o exterior. Nessa conta está o dinheiro gasto pelos turistas. Vale mencionar que neste julho as despesas dos turistas caíram 10% em relação a julho do ano passado, explicado pela subida do dólar.

A entrada de IED representará, neste ano, perto de 2,4% do PIB. Funciona como uma espécie de poupança externa do Brasil. Como se sabe a poupança dos brasileiros é muito baixa: 16% a 17% do PIB. Poupança baixa significa baixa capacidade de investimento, o que quer dizer menos emprego e menos renda. Vale a comparação: a poupança na China é de 45% do PIB. Quando somamos o IED com a poupança interna não chega 20%. Para o País crescer 4% ao ano, sem riscos, precisaria poupar 22% do PIB. Por essa razão é tão importante o IED.

Uma das fixas em que a entrada de investimento externo é importante é também na prestação de serviço de publicidade. Novos investimentos pedem comunicação dos novos negócios.

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