O aviso foi bem claro: China e Japão não querem nem ouvir falar em calote dos EUA

O jogo ficou pesado. China e Japão aumentaram bastante as pressões para que os EUA evitem um inédito calote de sua dívida pública. O motivo das preocupações é bem conhecido: políticos republicanos e democratas continuam em um impasse depois de duas semanas de paralisação do governo em Washington.

As bolsas de valores no mundo todo caíram forte nos dois últimos dias em meio a sinais de que o impasse político está bem longe de qualquer solução. Ontem, dois altos assessores do governo Obama afirmaram que o presidente não tem intenção de negociar o limite da dívida. Obama exige que os republicanos aceitem a elevação da dívida para só depois negociar alguns cortes no orçamento americano. Desde que estes cortes não alcancem a reforma da saúde que beneficia os mais pobres. Os republicanos não aceitam a imposição do presidente. O país segue parado desde o início de outubro.

Matéria do Financial Times, que o Valor Econômico traduziu na edição de 8/10, pg A 13, mostrou que Pequim foi bem enfática ao dizer que Washington precisa “garantir a segurança dos investimentos chineses”. Em julho, a China tinha US$ 1,28 trilhão em títulos do Tesouro americano. Mas o valor pode ser bem maior, porque os chineses investem também por meio de intermediários, ou seja, compra títulos americanos não só do próprio governo dos EUA.

No Japão, o ministério das Finanças manifestou “muita preocupação” com o possível impacto nos mercados de câmbio, O problema japonês é diferente do chinês: um calote dos EUA faria com que investidores se livrassem de dólares comprando ienes, o que faria a moeda japonesa ganhar muito valor. Isto quer dizer que os produtos japoneses ficariam muito caros e perderiam mercado no mundo todo.

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