Durante discursos no Fórum Ásia-Pacífico, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping mostraram visões antagônicas sobre o comércio mundial.
Enquanto o americano disse que seu país não vai tolerar relações comerciais injustas e atacou instituições multilaterais como a OMC (Organização Mundial do Comércio), Xi defendeu a globalização e o livre comércio.
“Não podemos continuar tolerando os abusos comerciais crônicos e não os toleraremos”, disse Trump a uma plateia de empresários do mundo todo reunidos na cidade vietnamita de Danang.
Trump foi crítico ao sistema multilateral que regula o comércio mundial, liderado pela OMC. “Para dizer de maneira clara, a Organização Mundial de Comércio não nos tem tratado com imparcialidade”, disse.
O discurso reafirmou as posições do americano contra os grandes tratados comerciais, como o Nafta (entre EUA, México e Canadá), como mostrou matéria da Folha de S. Paulo de 11/11.
“Farei acordos comerciais bilaterais com qualquer país indo-pacífico que queira ser nosso parceiro e que respeite os princípios de comércio justo e recíproco”, disse Trump.
“Sempre colocarei os EUA na frente, da mesma maneira que espero que todos vocês que estão nessa sala ponham seus países em primeiro lugar”, acrescentou.
Logo depois da fala do americano, Xi fez um discurso em defesa da globalização como instrumento de inclusão, sem citar Trump. Na quinta (9), os dois se encontraram em Pequim durante a viagem do americano pela Ásia.
“A globalização econômica tem contribuído de maneira significativa com o crescimento mundial, na realidade é uma tendência histórica irreversível”, afirmou Xi. Apesar dos elogios, ele disse que o comércio mundial precisa ser “mais aberto, mais inclusivo, mais equilibrado, mais equitativo e com mais benefícios para todos”.
O líder chinês defendeu ainda o papel das instituições como a OMC, que foram atacadas por Trump. “Temos que apoiar o sistema multilateral de comércio e praticar um regionalismo aberto, para permitir que os países em desenvolvimento se beneficiem mais do comércio e dos investimentos internacionais”.