Netflix: existe internet igual para todos?

Faça o que eu falo e não o que faço. O ditado vale bastante para o presidente da Netflix, Reed Hastings, que pediu, mais um vez, para que os órgãos reguladores lutem por regras mais consistentes para a neutralidade na rede. Isto quer dizer: ninguém teria vantagens, pagando mais para ter mais velocidade na web.

Porém, Hastings disse isso ao confirmar o pagamento de uma quantia extra à operadora de tv a cabo Comcast, a maior dos EUA, para que seus serviços sejam oferecidos com mais rapidez no país. Ao mesmo tempo ele defendeu a proibição deste tipo de acordo, como mostrou matéria do USA Today, assinada por Roger Yu, traduzida na edição do Estadão de 22/03, pg B16.

A estratégia de Hastings, baseada no princípio “pagar para ter” enfureceu os grupos de defesa do consumidor e outros defensores da neutralidade na rede. A internet aberta proíbe as provedoras de serviço de discriminar qualquer conteúdo oferecendo serviços de qualidade inferior.

A Netflix é a maior fonte de tráfego de banda larga na internet. Segundo pesquisa da empresa de tecnologia Sandwine, a Netflix ocupa 31,6% do tráfego de internet nos EUA , nos dados de novembro . Em segundo lugar está o YouTube, com 18,7% do tráfego.

No seu comunicado Hastings sugeriu que provedoras são responsáveis pela falta de investimentos em equipamentos e capacidade que permitiram um streaming mais fácil dos filmes e programas de tv. O presidente da Netflix insiste que devido à falta de conectividade eficiente, o desempenho da empresa ficou limitado.

Os provedores de internet afirmam que a Netflix e outras provedoras de conteúdo conhecidas também devem pagar pela modernização do equipamento para aliviar o tráfego.

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