Nas manifestações, música não é mais da Fiat, “agora é das pessoas”

A decisão foi difícil, mas é definitiva: pelo fato da campanha não ter relação com o movimento do “passe livre”, a Fiat decidiu deixar seu comercial no ar, pelo período originalmente planejado. A decisão é auto-explicável: uma música criada por duas agências de publicidade, para comercial da montadora, virou hino do movimento. A música, interpretada pelo cantor Falcão e a “hashtag” usada nas redes sociais “Vem pra rua” foram criadas para comercial da Fiat, para celebrar a Copa do Mundo.
A diretoria de Marketing da empresa considerou a questão simples: “a música não é mais da Fiat, é das pessoas”. O jingle da campanha (que foi criando no final do ano passado) ganhou contornos sociais inimagináveis pelas agências. O “hashtag” Vem pra rua virou hino de repente e ontem, estava entre os 10 tópicos mais usados no Twiter. A música foi criada para dar o pontapé inicial nos filmes relativos aos eventos esportivos iniciados em 2013 e irá até 2016.
Para a montadora, como mostrou matéria do Estadão de hoje, pg B14, a música ganhou as ruas pela qualidade do conteúdo e não por qualquer tipo de manifestação do público relacionando a marca ao movimento social. A justificativa é muito clara: antes mesmo dos protestos, a campanha já tinha mais de 20 milhões de visualizações no YouTube.
Outro ponto importante nesta questão da “adoção da música” pelo movimento é que a o call Center da empresa não recebeu nenhuma ligação com perguntas sobre o tema. A empresa insiste que continuará “monitorando as redes socais” para tentar entender a evolução do fenômeno “Vem pra rua”. A Fiat tem hoje 24 milhões de “seguidores” no Facebook.
A diretoria de Marketing considera que com as redes sociais, a forma como as pessoas vão interpretar e usar os conteúdos das peças não fica, “necessariamente restrito à intenção original”. Para a empresa, o caso apenas mostrou que se conseguiu criar um conteúdo relevante para as pessoas.

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