Na França, mensagem das urnas preocupa Europa

Os resultados das eleições municipais francesas preocupou os demais líderes europeus. Sem exceção, inclusive da poderosa Angela Merkel. A mensagem das urnas foi de radicalização no rumo de mais xenofobia e maior pressão contrária à inserção dos imigrantes – até dos próprios países europeus – nas áreas mais ricas da União Europeia.

A mensagem das urnas foi imediatamente captada pelo presidente francês François Hollande que alterou completamente o governo. O primeiro ministro do governo do Partido Socialista de Hollande, Jean-Mark Ayrault, foi imediatamente substituído pelo ministro do Interior, Manuel Valls, de linha bem dura contra a imigração, porém, a figura mais popular do Gabinete e, de longe, o preferido dos franceses para o cargo no governo Hollande.

Desde que assumiu o governo há 22 meses, o governo Hollande não conseguiu enfrentar o maior problema da economia francesa, o desemprego, como mostrou matéria da Folha de São Paulo de 1/04, pg A10. O país passa por longo período de estagnação econômica ainda sentindo os reflexos da crise internacional de 2008. A aprovação do governo Hollande está abaixo de 20% , a pior avaliação de um presidente francês em mais de meio século.

O novo primeiro-ministro é contrário à jornada de 35 horas de trabalho semanais, uma máxima do governo de Hollande. No Ministério do Interior, Valls ordenou seguidas deportações de imigrantes ilegais, especialmente de ciganos. Um episódio ficou famoso: uma estudante romena foi sumariamente devolvida ao seu país quando se apresentou no Ministério apenas para verificar sua situação. Essa decisão de Valls, irritou os grupos anti-xenofobia na Europa toda, mas tornou o ministro o mais prestigiado do governo Hollande.

No entanto, o governo socialista conquistou uma importante vitória preservando a prefeitura de Paris. Anne Hidalgo, de origem espanhola, venceu a eleição com mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre a candidata de centro direita. Chamou atenção também o avanço, até me cidade médias, dos candidatos da extrema direita, de Frente Nacional comandada por Marine Le Pen.

Em maio, ocorrem as novas eleições para o parlamento Europeu. Os resultados na França provocaram preocupação nos demais líderes, especialmente, pela expansão do sentimento anti-imigração, um sério problema em uma época de forte crise econômica.

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