Chegou a hora da troca. Steve Ballmer, depois de 30 anos como diretor-presidente da Microsoft Corp., anunciou sua aposentadoria. O sucessor terá uma enorme missão: trazer de volta à competição real uma das maiores empresas de tecnologia, hoje fustigada pelos concorrentes em todas as frentes.
O mais importante: não é uma simples troca de comando. A saída de Ballmer marca linha divisória entre a primeira geração na computação e a “era seguinte”. Os outros pioneiros da tecnologia da informação já tomaram esta decisão. A Apple, a Intel, ou a IBM, já escolheram novos líderes, com outra mentalidade. Analistas são unânimes: “os ciclos pelos quais adotamos certas tecnologias e como criamos novas tecnologias estão mudando”.
Há um fato: Ballmer foi responsável, junto com Bill Gates, pela conquista de que os 305 milhões de computadores que serão vendidos neste ano terão o sistema operacional Windows. Mas… devido ao crescimento da Apple e do Google este sistema será usado em apenas 15% de todos os eletrônicos de computação quando se somarmos os tradicionais PCs aos smartphones e tablets e outros aparelhos conectados à web.
Financeiramente a Microsoft continua gigante, como mostrou o artigo do The Wall Street Journal que o Valor Econômico traduziu em 26/08, pg B11. A empresa gerou US$ 78 bilhões em receita no ano fiscal que terminou em julho, com lucro de US$ 21,8 bilhões. Mas a Microsoft obtém todo seu lucro de um trio de produtos: o Windows, o Microsoft Office eo software de funcionamento do sistema operacional, todos dependentes das vendas de Pcs, que usam o Windows. Os outros produtos da empresa não dão lucros ou têm margem mínima.
Executivos de dentro e de fora da Microsoft dizem que essa mudança já devia ter sido feita há muito tempo. Há um fato: quando foi anunciada a aposentadoria de Ballmer, as ações da Microsoft subiram imediatamente 8,9%. A empresa anunciou que o executivo, um de seus fundadores, ficará mais um ano no comando até a escolha de seu sucessor.