Mercado da ‘ineficiência’ é melhor aposta para startups no Brasil

Achar o próximo Facebook tem sido o sonho dourado de investidores globais de startups na última década. Mas no Brasil o capital de risco ganha mais se mantiver os pés no chão em lugar de tentar alçar um voo disruptivo. Segundo gestores e empreendedores, o segredo do sucesso para quem aposta em empresas iniciantes no país se trata mais de resolver ineficiências do que encontrar o novo modelo revolucionário de negócios.
“Lá fora existe essa noção de se buscar uma empresa nascente que vai mudar tudo, mas o Brasil é um poço de ineficiências e, por isso, existe um grande mercado para startups que resolvam problemas estruturais”, afirma Flavio Zaclis, sócio-fundador da Barn Investimentos, um fundo especializado na participação em negócios no estágio inicial.
A própria indústria internacional de capital de risco começa a enxergar essas oportunidades. As startups brasileiras receberam no ano passado 45,4% dos investimentos de venture capital da América Latina. Segundo a Associação Latino- Americana de Private Equity e Venture Capital (Lavca) foram US$ 859 milhões em 133 negócios.
Do total, 20% tiveram como destino o segmento das fintechs, que, no Brasil, atua muitas vezes em áreas não atendidas pelas instituições tradicionais. É o caso da Simplic, especializada em crédito para “negativados”.
A empresa apresentou um crescimento de 82% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período no ano passado, com mais de 680 mil pedidos de empréstimos. “Atuamos em um segmento não muito atendido pelos bancos e boa parte de nossos clientes veem a gente como praticamente uma das únicas opções [de crédito]”, afirma Rogério Cardozo, diretor- executivo da Enova no Brasil, dona da plataforma.

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