Medicina USP reduz aulas e flexibiliza grade

A formação do médico vai mudar. Com a carga horária reduzida em 30%, o tradicional curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) muda seu currículo em 2015. A proposta é aumentar convênios com escolas estrangeiras, para receber e enviar alunos, e passar por avaliações periódicas de especialistas americanos e canadenses, além dos exames internos.

A grade mais flexível reflete a aposta no aprendizado fora da sala de aula, como mostrou a matéria do Estadão, assinada por Victor Vieira, na edição de 04/08, pg A16.

O total de horas da graduação passará de quase 11 mil para 7,2 mil, com o objetivo de dar mais tempo para que alunos tenham outras atividades, como iniciação científica, projetos de extensão ou esportes. “O curso estava inchado. Vamos liberar tempo para outras atividades, com avaliação e acompanhamento”, diz Edmund Baracat, presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Medicina da USP.

Não haverá divisão por disciplinas, mas por unidades curriculares, para facilitar a integração entre conteúdos e departamentos. Especialistas de escolas americanas e canadenses visitaram a FMUSP nos últimos dois anos para ajudar na mudança. Outra novidade é um “mini-college”, período no início do curso que servirá de transição do ensino médio para o superior.

A demanda por mais treinamento na atenção básica e saúde da família, debate ampliado em 2013 com o programa Mais Médicos (que trouxe estrangeiros para trabalhar no Brasil), também foi levada em consideração.

Outra das metas para a nova fase do curso é enviar pelo menos 25% dos alunos para intercâmbios reconhecidos. A diretoria tem aumentado o número de convênios com faculdades do exterior para facilitar a validação das disciplinas cursadas fora. Já para a oferta de bolsas não há mudanças: os alunos poderão concorrer nos editais do Ciência sem Fronteiras do governo federal.

A Faculdade de Medicina da USP também planeja montar uma “summer school”, estágio de poucas semanas em uma especialidade médica para receber alunos estrangeiros, principalmente de Estados Unidos, Canadá e Europa. A cada edição, participariam por volta de 30 estudantes. A parte teórica será dada em inglês.

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