Indicadores da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) detectaram um “colapso sem precedentes” nas maiores economias do mundo em abril por causa da pandemia. O Brasil e a Rússia tiveram uma das maiores baixas.
A queda na atividade no mês passado ocorreu no rastro de medidas de confinamento para combater a covid-19, que tiveram “impacto severo” na produção, consumo e confiança de empresários e consumidores.
Com exceção da China, nas principais economias industrializadas e em seis grandes emergentes a avaliação é de “forte desaceleração” da atividade.
Na China, onde o confinamento já foi flexibilizado, os indicadores da OCDE para o setor industrial apontam provisoriamente para uma mudança positiva em relação a abril. Em março, as revisões dos dados também empurraram o indicador para cima.
A OCDE alerta que alguns cuidados são necessários na interpretação dos dados, pois apenas informações parciais estão disponíveis para a China em abril.
Em um índice em que 100 representa a média de longo prazo, os indicadores caíram de 97,03 para 95,18 pontos, levando em conta as principais economias da OCDE e
Os Indicadores Compostos Avançados (CLI, na sigla em inglês) da OCDE procuram prever momentos de virada da atividade econômica em relação a sua tendência com seis grandes emergentes.
O Brasil teve uma das maiores quedas, com a tendência de crescimento o caindo de 100,4 em março para 93,9 em abril. Na Rússia, passou de 98,3 para 91,3 pontos. Também tiveram baixas importantes o Reino Unido e a França.
No caso da China, subiu de 93,5 para 93,7 no período.
Na prática, os indicadores da OCDE confirmam a profunda recessão global. A sinalização tem sido de “forte desaceleração” desde o mês passado, quando no começo do ano havia indicações de “crescimento estável”.
No entanto, a magnitude do declínio da CLI não deve ser considerada como uma medida do grau de contração da atividade econômica, mas como uma indicação do que vem à frente.
Em março, a OCDE tinha calculado que cada mês de confinamento representava uma contração de dois pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 e
dava como certa uma recessão.