IBGE: internet avança muito na baixa renda. Bem mais que celular

Nos últimos seis anos o que avançou mais, o uso do celular ou da internet? Quem apostou no celular errou feio. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2011, divulgada sexta-feira, o número de internautas triplicou no País entre 2005 e 2011, enquanto a posse de celular apenas dobrou. E o mais importante: a internet cresceu com velocidade bem maior nas camadas sociais de baixa renda.
A proporção de brasileiros que vivem em domicílios com computador conectado á internet passou de 14,6% em 2005 para 39,4% em 2011. Os usuários da web de baixa renda eram 10,2 milhões e chegaram a 29,4 milhões nesse mesmo período. Não foi essa velocidade de expansão do celular: eram 55,7 milhões de usuários da telefonia celular em 2005 e chegaram a 115,4 milhões de pessoas com dez anos ou mais que tinham celular pata uso pessoal em 2011.
Os dados do IBGE mostram que, em seis anos, o número de internautas cresceu mais na população com renda domiciliar per capita de até um salário mínimo e nos Estados do Norte e Nordeste. O instituto identificou também forte crescimento no uso da web entre os alunos da rede pública de ensino.
Em 2011, o País alcançou 77,7 milhões de internautas, 46,5% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade naquele ano. Nesse período, dos últimos seis anos, o Brasil ganhou 21 mil novos usuários da web por dia. Na população com mais de dez anos o número de internautas em geral cresceu 143,8%. Mas, nas camadas mais pobres o crescimento foi de 188% no mesmo período.
É verdade que a desigualdade no acesso a web ainda é grande. Como mostrou a matéria do Estadão de 17 de maio, pg B 17, apenas um terço das pessoas com até um salário mínimo de renda domiciliar per capita – 33,6% do total nessa faixa de renda – tem acesso á internet, enquanto entre os que ganham mais de cinco salários mínimos de renda domiciliar o aceso chegou a 67,9%.
Uma curiosidade relevante: o IBGE confirmou que as pessoas com mais de 50 anos tiveram peso decisivo no aumento de internautas: eram 2,2 milhões do total em 2005 e chegaram a 8,1 milhões em 2011. Foi a expansão mais forte, maior até do que a das crianças entre 10 e 14 anos que passaram de 24,3% do total de crianças nessa faixa etária para 63,6%, nesse mesmo período.
O IGE identificou também grande crescimento no uso da internet entre alunos da rede pública. Em 2005, apenas 24% dos alunos da rede oficial de ensino usavam a web, proporção que chegou a 65,8% em 2011.
Alguns analistas de inclusão digital , no entanto, avisam que a diferença está no uso da rede que não pode ficar restrito a entretenimento, mas precisa fomentar empregabilidade, empreendedorismo e educação. Quando isso acontece a web muda mesmo a vida do usuário.

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