Guerra cibernética? Ou, todos espionam todos?

O governo dos EUA anunciou um processo criminal contra cinco militares chineses. Motivo: espionagem industrial e invasão de computadores de grandes empresas americanas.

Foi a primeira vez que o governo americano formalizou acusações deste tipo contra um outro país. O secretário de Justiça americano, Eric Holder, afirmou que o indiciamento é a primeira medida contra membros do estado chinês por “infiltrar alvos comerciais , por meios tecnológicos”.

As acusações se referem, como mostrou matéria da Folha, edição de 20/05, pg A12, a seis casos envolvendo grandes empresas americanas, como Westinghouse, Alcoa, ou US Steel, além de empresas dos setores de energia nuclear, solar e de mineração. Se julgados, os chineses podem pegar de dois a 15 anos de prisão. Desde, é claro, que Pequim conceda a extradição, algo bastante improvável.

Os militares pertencem a unidade especial do Exército chinês, chamada 61938, especializada exatamente em espionagem com sede em Xangai. A unidade foi descoberta no ano passado por empresas privadas de segurança cibernética como uma das centrais de espionagem industrial a China.

No final do ano passado o presidente Obama falou publicamente sobre espionagem industrial chinesa, já em tom de acusação. O tema foi tratado durante a visita do presidente Xi Jinping a Washington em junho de 2013.

O problema, no entanto, é que em maio do ano passado, durante o escândalo da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) revelado pelo ex-técnico Edward Snowden, sabe-se que espiões americanos invadiram a gigante chinesa de telecomunicação chinesa Huawey. Portanto, é muito difícil que os EUA escapem de acusação semelhante de Pequim. Nas redes sociais chinesas, internautas chamam os seus hackers de “heróis”e dizem que se trata de “ladrão gritando pega ladrão”.

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