Grécia fala em “troca”, não mais em redução da dívida

Chegou a hora da “engenharia inteligente” para pagar a dívida. O ministro de Finanças da Grécia, Yiannis Varoufakis, disse que o governo liderado pelo Syriza não vai mais propor uma redução da dívida externa do país, estimada em 315 bilhões de euros, mas buscar uma série de trocas de dívida, que incluiria dois novos tipos de bônus, de forma a aliviar o endividamento de Atenas.



Varoufakis, que falou ao jornal britânico Financial Times, disse que quer chegar a um acordo com os credores do país para trocar a dívida atual por novos papéis ligados ao desempenho econômico e que preveja também o equilíbrio orçamentário e combate à evasão fiscal dos mais ricos, como mostrou matéria do Estadão de 
4/02, pg B7.

Segundo Varoufakis, o primeiro bônus, indexado ao crescimento econômico nominal, substituiria os empréstimos de resgate da Europa, enquanto uma emissão de bônus perpétuos entraria no lugar de bônus gregos em poder do Banco Central Europeu (BCE). Para o ministro, a proposta de troca é uma forma de “engenharia inteligente de dívida” que evitaria o uso da expressão “debt haircut” (redução de dívida), que é politicamente inaceitável na Alemanha e em outros países credores.



“O que eu direi a nossos parceiros é que estamos fazendo uma combinação de superávit primário do Orçamento e agenda de reformas”, disse Varoufakis, acrescentando que Atenas vai pedir aos credores algum espaço fiscal para que tenha condições de implementar as reformas necessárias.

Varoufakis também afirmou ao jornal britânico que a Grécia espera obter um “programa-ponte” de quatro meses, que ficaria em vigor até 1º de junho, pelo qual o BCE se comprometeria a sustentar o sistema financeiro da Grécia oferecendo liquidez em condições favoráveis.



Já o ministro de Assuntos Econômicos Internacionais da Grécia, Efklides Tsakalotos, disse à Mega TV que Atenas vai apresentar aos credores várias ideias de como superar a crise atual.

”Vamos explicar diferentes variações de uma proposta baseada em três pilares para gerar crescimento”, disse Tsakalotos, ressaltando que há diferentes soluções para “diferentes partes da dívida grega”.


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