A diferença é muito forte. No bar do 500 Club, em San Francisco, Califórnia, o Google Glass foi banido. Motivo: seus recursos de câmera são potencial ameaça à privacidade dos clientes. A três quilômetros dali, no hospital da Universidade da Califórnia, um cirurgião especialista em pulmão usa o Glass para operar.
Há desafio e há oportunidade em torno do novo equipamento do Google. Os consumidores desconfiam dele, como mostrou matéria do The New York Times, assinada por Claire Cain Miler, traduzida no Estadão de 9/4, pg A14, mas a aceitação é cada vez maior em alguns locais de trabalho, na medicina, na polícia, na indústria, no atletismo.
O Google gostaria que este produto se tornasse tecnologia de consumo, com forte escala de produção. Na prática, o Google Glass é uma tecnologia que “procura problemas para soluciona-los e a questão é justamente onde surgem os problemas? Até o momento, os lugares mais óbvios parecem ser as ocupações que não implicam ficar sentado diante de uma mesa, mas ao mesmo tempo pedem uma conexão à internet. Segundo a consultoria Wearable Intelligence, que produz software de tecnologia vestível, 80% das pessoas já trabalham desta forma.
De olho nesse mercado, de quem precisa estar conectado, o Google anunciou o programa “Glass para o Trabalho”, para fornecer novos instrumentos a quem atua em determinadas áreas, como suporte técnico. O alvo é explorar as possibilidades de ampliar vendas do Google Glass.
A empresa sabe que não será algo fácil de vender. As preocupações com a privacidade pode tornar-se uma questão importante em vários ambientes de trabalho. Basta pensar no caso das reuniões em que há trocas de informações sensíveis, por exemplo, no ambiente médico ou em uma assessoria financeira. Nestes ambientes quem quer conviver com uma máquina que fotografa sem que você sequer perceba que ela está ligada?