Google e Walmart “roubam” clientes dos bancos

A concorrência ficou muito maior. Até para os bancos. Antigamente, os JPMorgans da vida só temiam perder clientes para o Wells Fargo ou o Bank of America. Os concorrentes aumentaram para incluir T-Mobile, Walmart, Google, e uma série de companhias de varejo, tecnologia e telecomunicações que já operam como bancos.

Tudo é bem igual ao banco comum. Estas empresas operam com cartões de débito pré-pagos que os consumidores podem usar para pagar contas, fazer compras e depositar cheques, com uma diferença: tudo via câmera do celular. Sem qualquer exceção, com todas as coisas que podem fazer com sua conta corrente tradicional. E despertaram o interesse de um grupo sempre cobiçado pelos bancos tradicionais: os jovens.

A percepção desta mudança está em uma matéria do Washington Post, assinada por Danielle Douglas, que o Estadão traduziu na edição de 2/06, pg B11. O texto mostra que as empresas de pagamentos móveis ainda têm dificuldade para convencer o consumidor médio dos EUA que os pagamentos por celular constituem um serviço melhor. Para conquistá-los, as operadoras tentam responder às preocupações de segurança e atrair o grupo dos mais jovens que estão abertos a experimentação.

É o que provou a nova pesquisa com quase 4 mil americanos feita pela Accenture revelando que 72% das pessoas entre 18 a 34 anos operariam com Walmart, Google ou T-Mobile se estes oferecessem serviços bancários. A disposição é bem grande para contratar operadoras de pagamentos móveis como Square e PayPal que os jovens já conhecem e operam com elas. E o pior para os bancos: quase um terço dos pesquisados disse o mesmo sobre T-Mobile, Costco, Apple e Google.

A base de clientes existente, escala, e a capacidade de adotar rapidamente novas tecnologias dessas empresas , de fato, representam ameaça para os bancos. Considerem a T-Mobile, que tem 49,1 milhões de clientes sem fio, uma base estabelecida para a empresa de telecomunicações oferecer seu cartão de débito pré-pago. Muitos desses clientes usam telefones sem fio pré-pagos da T-Mobile (15,5 milhões) pelas mesmas razões que tornam os cartões pré-pagos atraentes: não há verificação de crédito nem contrato de longo prazo.

E com mais pessoas usando seus telefones móveis para transferir dinheiro ou tirar fotos de seus cheques para depositá-los, ter o mesmo provedor administrando a maioria dos passos nesse processo pode ser um atrativo.
Os pagamentos em todo o mundo feitos via telefone celular deverão aumentar 38% este ano para US$ 325 bilhões, em comparação com 2013, de acordo com a consultoria Gartner.

Os bancos já têm um pé no mundo digital, como vastas quantidades de clientes e dados de transações, e experiência em segurança, obediência dos regulamentos e processamento de pagamentos – que são difíceis de reproduzir, disse a Accenture. Mas a concorrência chegou.

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