O Fórum Econômico Mundial, de Davos, terminou com um tom mais otimista em relação à economia mundial do que o do ano passado. Motivo: a recuperação surpreendente do mundo rico, principalmente dos Estados Unidos. O fórum ocorre sempre em janeiro e reúne os maiores bancos , os principais pesquisadores e economistas com os chefes de Estado nesta cidade da Suíça.
No debate final do fórum, Christine Lagarde, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, FMI, citou como novo risco o chamado tapering, a esperada retirada dos estímulos monetários especiais e extraordinários feitas pelo governo americano para impedir o agravamento da crise econômico iniciada em setembro de 2008. Essa retirada provocaria aumento de juros nos EUA e a saída de capital do mundo emergente de volta para o mercado americano.
Entre as medidas previstas no tapering, a principal é a redução gradual da compra mensal de US$ 85 bilhões em títulos feitas pelo governo americano. A maioria dos analistas diz que esta retirada é inevitável. A questão segundo Lagarde, é quando isto vai ocorrer e em que velocidade. Essa retirada contém um grave risco: qual será o efeito em outras economias, sobretudo nos países emergentes.
A diretora-gerente do FMI, como mostrou matéria do Globo , assinada por Debora Berlinck, na edição 26/01, pg 44, lembrou que o fluxo de capital saindo das economias mergentes não foi muito grande até agora. Lagarde não citou nome de países, mas disse que quem estiver com “a casa arrumada sofrerá menos”.
A reunião do Comitê do Banco Central norte-americano, o Federal Reserve, FED, que decidirá sobre quando e como ocorrerá o tapering começa na quarta-feira nos Estados Unidos.